Assunção de Maria, nossa Predecessora rumo ao Céu

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A festa de Nossa Senhora da Assunção, aquela que nos precedeu no caminho do céu, acompanhando a primícia, como diz São Paulo, da ressurreição dos mortos que é Cristo, nos chama a atenção para as realidades escatológicas, ou seja, para as realidades de depois da nossa morte. O que acontecerá conosco? O que será que Deus preparou para Seus filhos?

A Assunção de Maria nos apresenta justamente o nosso caminho. Todos nós, que fomos batizados, que seguimos o Senhor como Seus discípulos, ouvimos a Sua palavra, procuramos ser fiéis a Ele, observando os Seus mandamentos, um dia nos encontraremos diante de Deus em corpo e alma. No fim dos tempos, diz a Sagrada Escritura, Jesus voltará para julgar os vivos e os mortos. A nossa alma não morre, por isso ela permanece viva, mas os nossos corpos serão ressuscitados e entrarão no céu, revestidos de glória. Isto aconteceu de maneira privilegiada em primeiro lugar, com Maria. Por quê? Por causa da sua missão única na Igreja, na História da Salvação. Ela foi escolhida como nova Eva, como uma mulher pura, foi preservada do pecado original para que o seu seio puríssimo recebesse o Filho de Deus.

Mas ela também foi preservada da corrupção da morte. Esta fé que a Igreja prega desde o princípio foi proclamada como dogma no dia 1º de novembro de 1950, pelo Papa Pio XII, com um documento maravilhoso sobre Nossa Senhora, Munificentissimus Deus (Deus munificentíssimo), no qual o Papa proclama, de uma vez por todas, que Maria, morrendo, não passou pela corrupção da morte, mas já entrou no céu de corpo e alma. Esta é a verdade que nós professamos. Maria, como mãe, vai à nossa frente preparar um lugar. Como mãe bondosa, arruma para nós, diante de Deus, a casa para que nós cheguemos. Tudo isto Deus prepara por causa da sua misericórdia, por causa da sua bondade para conosco.

Maria, Copadroeira Arquidiocesana

Por causa da importância de Nossa Senhora na vida da Igreja, quisemos escolhê-la para que ela, ao lado de Santo Antônio, seja também padroeira da nossa Arquidiocese nestes cem anos que vamos celebrar em 2024. Santo Antônio é o nosso padroeiro e isso permanecerá: ele continuará sendo aquele que nós queremos imitar, continuará sendo o nosso protetor diante de Deus. Mas também queremos que Maria seja destacada, ao lado de Santo Antônio e para honra de Santo Antônio, que tinha grande devoção a Maria Santíssima.

Para isso, nós escolhemos o título de Maria Mãe da Igreja. Por quê? Nós vivemos em um tempo muito bonito, posterior ao Concílio Vaticano II, iluminados por este encontro que é chamado pelos papas de “novo Pentecostes” na Igreja. Os bispos reunidos em Roma naqueles três anos, de 1962 a 1965, inspirados pelo Espírito Santo, deram-nos documentos belos, que nos ajudam até hoje a celebrar com mais intensidade a nossa realidade de Igreja. A figura de Maria esteve sempre latente diante das aulas conciliares. Na terceira seção do Concílio, o Papa Paulo VI proclamou Maria Mater Ecclesiae, porque ela é Mãe de Cristo e a Igreja nada mais é do que o corpo místico de Cristo. Sua festa, proclamada por Papa Francisco, acontece na segunda-feira após Pentecostes.

Tenho para mim que toda (arqui)diocese deveria ter Nossa Senhora como padroeira ou copadroeira, mesmo que haja um santo que seja padroeiro; Maria deve ser convocada, convidada, chamada para ser nossa Mãe protetora. Isso não diminuirá nunca a força e a beleza do santo protetor, pelo contrário: iluminará mais ainda a sua devoção, pois Maria é aquela que foi escolhida por Deus para ser a primeira no caminho, o modelo de toda Igreja e de toda santidade. Ela, que nos precedeu de corpo e alma no céu, que foi elevada pelos anjos, seja a nossa protetora aqui ou em qualquer lugar do mundo.

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

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