Natal e Ano Novo, tempos de esperança e solidariedade

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no email

O povo que habitava nas trevas viu uma grande luz, para os que habitavam
na sombra da morte, uma luz resplandeceu. (Is 9,1)

As festas natalinas e a passagem do ano primam pela exuberância da luz. A noite santa penetra pelas janelas das casas, das igrejas, dos ambientes de trabalho, pelas ruas da cidade e acende milhares de lâmpadas carregadas de festa. Nossos presépios refletem um misto de penumbra e claridade celestial, deixando inconfundível foco sobre o recém-nascido, o Menino Deus, reclinado em sua manjedoura. Não faltará sobre a gruta da natividade a estrela com sua cauda luminosa.

No Natal os corações se enchem de ternura e paz e na chegada do novo ano, a alegria predomina, os sonhos se multiplicam, a esperança enche corações. Quando os sinos das igrejas ou os dígitos dos celulares marcam meia-noite, definindo o novo calendário, estouram-se fogos de artifício que jorram em cascatas de luz, quebrando a escuridão da abóboda noturna.

A exuberância das luzes é imagem da grande e verdadeira claridade que brilhou nas trevas, que é o Menino de Belém, o Filho de Deus que se fez homem para nos salvar e nos tirar das sombras da morte. A partir de sua entrada na história da humanidade, os caminhos se iluminam para atitudes de amor ao próximo e partilha concreta.  Atualmente, tal apelo se torna mais forte, após dois anos de pandemia, com tantas mortes e insegurança financeira no mundo inteiro, mesmo com efeitos esperançosos provocados pelo sucesso das vacinas acreditadas por uns, desconfiadas por outros.

 O Ano Novo seja iluminado com atitudes de solidariedade, fraternidade, menos desavenças políticas e mais paz e harmonia. É o que todos desejam. A luz brilhe em nossa vida pela fé, com uma experiência pessoal de encontro com Deus que nos dá seu Filho como iluminador de nossos itinerários. Brilhem nossas almas quando nos tornarmos menos egoístas e mais fraternos.

Alegro-me com nossa Arquidiocese de Juiz de Fora que, pela integração do clero e leigos na caminhada sinodal, tem conseguido amplo progresso na experiência de caminhar juntos, em vista da construção do Reino de Deus, de justiça, paz e caridade. Satisfaz ao coração as visíveis iniciativas no mapa da acolhida, da partilha, como nas doações de cestas básicas que se multiplicaram ao menos por três, nas paróquias, neste tempo da pandemia e em outras muitas iniciativas em favor das pessoas mais atingidas, seja na área da saúde, seja no campo da carência de recursos para viver com dignidade.

Para o Ano de 2022, a Arquidiocese se une, em sua caminhada sinodal e na preparação para o centenário diocesano a ser celebrado em 1º de fevereiro de 2024, com projetos novos na prática da solidariedade, da comunhão e da missão, além da liturgia e da espiritualidade espelhada na vida de Santo Antônio, o Patrono Arquidiocesano do Ano 2022, preparatório para a comemoração centenária.

Com satisfação, compartilho as perspectivas de nosso Instituto Padre João Emílio no sentido de ampliar seu atendimento de crianças carentes, passando de 150 matrículas para 216 a partir de fevereiro próximo, além de ter inaugurado amplo espaço de atividades múltiplas na área defronte ao prédio, estacionamento, alargamento da via de acesso e o lindo portal. Tudo isso é ofertado às famílias de nossos meninos e meninas que no regime de contraturno escolar são para nós grande riqueza e constituem viva alegria no ato de servir ao próximo, na mística do amor de Deus. Além do Projeto Esperança, iniciado pelas nossas estimadíssimas Irmãs do Bom Pastor que cuidaram do Instituto por mais de cem anos, já foi iniciado o Projeto Musical, com atividades capazes de formar meninos de famílias carentes para orquestras, canto coral e profissionais da música. Com muita esperança, aguarda-se resposta da Prefeitura Municipal a respeito da cessão de terreno no Jardim dos Alfineiros, na região da Nova Era, para ampla extensão das atividades sociais em favor dos vulneráveis que se multiplicaram no tempo de pandemia, sobretudo nas periferias.

No Vicariato da Caridade, duas novas Diaconias foram criadas neste final de ano e estarão em plena atividade a partir de 2022, que são a Diaconia “Dai-lhes vós mesmos de comer”, para organizar melhor e ampliar o atendimento alimentar de vulneráveis da área, e a Diaconia “Deixai vir a mim os pequeninos” para acolhimento de todos o que necessitarem de maior atenção em nosso meio social, menores carentes e, sobretudo, os irmãos em situação de rua. Outras iniciativas compõem a extensa programação pastoral para 2022, na segunda fase do II Sínodo Arquidiocesano.

O Verbo que se fez carne, Jesus de Nazaré, que os pastores e os magos adoraram em Belém de Efrata, seja nossa luz no ano que se inicia e para sempre.

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

Veja Também