Em novembro próximo, se realizará em Roma, mais um Congresso Mundial sobre Educação Católica. Terá como tema: Educação Católica, uma paixão que se renova. A Congregação para a Educação Católica cuida, como ministério do governo pontifício, das universidades e colégios católicos. Sua missão é velar tanto para a excelência do ensino, a fim de formar bons e honestos profissionais para a sociedade, homens e mulheres de fé católica esclarecida, como prover bons e competentes sacerdotes para as comunidades eclesiais.
Quanto ao primeiro aspecto, na visita que fez ao Brasil em 2007, o Santo Padre Bento XVI se referiu a esta necessidade em relação à América Latina, solicitando aos bispos que cuidem de formar pessoas capazes de viverem autenticamente a fé católica para que contribuam com o bem social, de forma global. Disse o Papa: Por se tratar de um Continente de batizados, convém preencher a notável ausência no âmbito político, comunicativo e universitário, de vozes e iniciativas de líderes católicos de forte personalidade e de vocação abnegada que sejam coerentes com as convicções éticas e religiosas. (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida- 2007). Referia-se o Papa especificamente sobre as escolas e universidades católicas que devem dar àqueles alunos que as procuram esta capacidade de transformação social a partir de sua própria fé cristã, no exercício competente de sua profissão.
Nossas escolas e universidades só terão sentido se forem centros de genuína identidade católica em vista do bem comum e da difusão não proselitista, mas autêntica, da mensagem e da pessoa de Jesus Cristo para o mundo hodierno. A Igreja não faz proselitismo; ela cresce por atração, confirmou o Papa na homilia de Aparecida. Talvez as escolas e universidades católicas devam se pautar pela pergunta repleta de profundidade que o Papa fez no Discurso Inaugural: Como conhecer realmente Cristo para poder segui-lo e viver com ele, para encontrar a vida nele e para comunicar esta vida aos outros, à sociedade e ao mundo? ” A Igreja crê em Cristo e o anuncia. Isto é central para a missão educativa. Um de seus efeitos será a transformação social vencendo estruturas injustas e criando estruturas justas, que devem ser buscadas e elaboradas à luz de valores fundamentais, com todo o empenho da razão política, econômica e social. São uma questão de reta ratio e não provêm de ideologias nem de promessas (ibidem).
Tais valores são próprios da natureza do ser humano. Este ser é, contudo, uma criatura do Ser supremo que é Deus e não se pode pensar em progresso da pessoa humana e nem das estruturas humanas prescindindo da existência e da ação de Deus. Onde Deus está ausente – o Deus do rosto humano de Jesus Cristo – estes valores não se mostram com toda sua força, nem se produz um consenso sobre eles. (ibidem).
Também o Papa Francisco tem tratado frequentemente do tema da educação em geral e a educação católica em particular. Na sua linda encíclica Laudo Si, a expressão da educação para se proteger a natureza, a casa comum da humanidade, é expressiva. Eis algumas características do que a Igreja entende por Educação Católica.
Em Juiz de Fora, temos organizada a Pastoral da Educação Católica, com representação de cada um dos colégios católicos presentes na Arquidiocese. Tal iniciativa tem gerado vários eventos que otimizam a educação e promovem a formação integral da pessoa humana, levando-se em consideração a formação física, intelectual, psicológica, ética, moral e espiritual do aluno. Dia 23 de agosto, realizou-se na Catedral, a missa comemorativa do Ano da Vida Consagrada, que reuniu sobretudo padres e irmãs, mas também leigos consagrados, que, em sua grande maioria prestam serviço à sociedade no campo da educação.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano