Juiz de Fora, com seus mais de 550 mil habitantes, é centro importante da região da Zona da Mata mineira. Entre as várias frentes de atividades que concentra regionalmente, encontra-se a área da saúde, com rede hospitalar considerável, atendendo a milhares de enfermos da cidade e de muitos outros municípios circunvizinhos, oferecendo recursos para tratamento das mais variadas patologias.
A Igreja Católica, pioneira na área da caridade e da saúde na cidade e na região, continua a oferecer um dos melhores hospitais que é a Santa Casa de Misericórdia, fundada em 1854, hoje plenamente modernizada e excelentemente equipada, dando prioridade à classe pobre e sofredora, não fazendo nenhuma distinção de raça, cor, religião ou qualquer outra. Embora, como empresa, não pertença à Arquidiocese, sendo totalmente autônoma como tal, sua orientação moral e espiritual é católica, tendo como mantenedora a Irmandade de Nosso Senhor dos Passos. Conta com 508 leitos, ocupando o segundo lugar neste item no Estado de Minas. Ultimamente tem passado por grandes reformas físicas, e está continuamente atualizando seu equipamento hospitalar, bem como investindo no crescimento humanitário, com funcionários bem qualificados.
A Arquidiocese tem ampliado as atividades espirituais, através da Diaconia Hospitalar recentemente criada, além dos agentes da Pastoral dos Enfermos e dos Ministros da Sagrada Comunhão. Mantém um capelão totalmente disponível para o serviço religioso, com duas capelas, uma interna e outra externa, com celebrações diárias transmitidas para todos os quartos através de uma rede própria de televisão. Os Sacramentos da Confissão e da Unção dos Enfermos são disponibilizados diariamente.
Ao celebrar o XXIII Dia Mundial dos Enfermos, a 11 de fevereiro, desejamos estender nossa mensagem de gratidão e louvor a tantos quanto ajudam a confortar e a evangelizar os doentes em nossa Arquidiocese, seja na Santa Casa, seja nos demais hospitais da cidade e do interior, e aos que cuidam dos doentes em casa.
Para celebrar este dia, no corrente ano, Papa Francisco enviou sua mensagem baseada em dois textos bíblicos. O primeiro é tirado dos salmos: “Ensina-nos a contar nossos dias, para podermos chegar à sabedoria do coração” (Sl 90,12). Nesta Sapientia Cordis, procura resumir sua palavra sábia, discorrendo, a seguir, sobre um segundo texto: “Eu era os olhos do cego e servia de pés para o coxo” (Jó 29,15).
Recordando as pessoas que dão assistência amorosa aos doentes, o Sucessor de Pedro escreve: “Hoje quantos cristãos dão testemunho, não com palavras, mas com sua vida radicada numa fé genuína, de ser ‘olhos do cego’ e ‘pés para o coxo’!” Demonstrando sua sensibilidade de religioso muito próximo das pessoas nas periferias de Buenos Aires, Papa Francisco se recordou daqueles que têm de cuidar prolongadamente dos enfermos, dando-lhes uma palavra de ânimo: “Pessoas que permanecem junto dos doentes que precisam de assistência contínua, de ajuda para se lavar, vestir e alimentar. Este serviço, especialmente quando se prolonga no tempo, pode tornar-se cansativo e pesado; é relativamente fácil servir alguns dias, mas torna-se difícil cuidar de uma pessoa durante meses ou até anos, inclusive quando ela já não é capaz de agradecer. E, no entanto, que grande caminho de santificação é este! … O tempo gasto junto ao doente é tempo santo!”. Contra uma visão materialista, desumana e anticristã que despreza o sofrimento e os seres humanos sofredores, afirma o Papa: “Que grande mentira se esconde por trás de certas expressões, que insistem muito sobre a ‘qualidade de vida’ para fazer crer que as vidas gravemente afetadas pela doença não mereceriam ser vividas! … No fundo, por detrás desta atitude, há uma fé morna, que esqueceu a Palavra do Senhor que diz: ‘a Mim o fizestes’ (Mt 25,40)”.
Por intercessão de Maria, a Mãe do Senhor, a Sede da Sabedoria, que se fez ver em Lourdes com especial atenção aos sofredores, envio aos doentes e aos que deles cuidam a bênção da saúde e da perseverança.
Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora