Santa Missa lembra um mês da tragédia da Vale, em Brumadinho (MG)

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Na noite da última segunda-feira (25), foi realizada a missa que lembrou os 30 dias do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). A Matriz São Sebastião ficou pequena frente à grande presença de familiares e amigos das vítimas da tragédia da Vale. O que também não coube na igreja foram os sentimentos de tristeza e solidariedade demonstrados por outros tantos fiéis que ali estavam e que acompanhavam a celebração ao vivo através de emissoras católicas.

A Santa Missa foi presidida pelo núncio apostólico, Dom Giovanni d’Aniello, e concelebrada pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, pelo bispo auxiliar Dom Vicente de Paula Ferreira, C.Ss.R, pelo arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, entre outros epíscopos do Regional Leste 2 da CNBB. Vários sacerdotes e diáconos, oriundos de diferentes (arqui)dioceses, também marcaram presença. Representou o clero de nossa Igreja Particular o Padre João Francisco Batista da Silva.

Dom Gil fez questão de participar da Celebração Eucarística e ressaltou que a Igreja está presente desde o primeiro momento de socorro às vítimas, na atenção às famílias e na preocupação com a questão ecológica. “Neste primeiro mês desde o desastre, com o falecimento de tantas pessoas que trabalhavam ali e que foram vítimas, nós queremos rezar. São vários bispos que estão aqui, juntamente com o núncio apostólico, que é o representante do Papa no Brasil. Estamos aqui para pedir a Deus ajuda para todos aqueles que estão sofrendo, e também a graça de encontrarmos caminhos para que isso não venha a acontecer, que o lucro não esteja acima da dignidade da pessoa humana, não esteja acima do bem da população”.

Durante sua homilia, Dom Giovanni falou da proximidade espiritual de Papa Francisco junto às famílias que perderam entes queridos e bens materiais. “Depois de ter acompanhado, através do vosso arcebispo, Dom Walmor, e de seu bispo auxiliar, Dom Vicente, os primeiros dias desse trágico evento, quis estar aqui com vocês, hoje, depois de um mês da tragédia, para manifestar-lhes a proximidade pessoal do Santo Padre, o Papa Francisco, e assegurar-lhes suas orações, como também manifestar minha presença de irmão na fé, que sofre com vocês, que chora pelas vítimas, garantindo orações pelas famílias atingidas por este desastre”.

Durante sua fala, o núncio apostólico ainda procurou oferecer consolo aos presentes. “Poderia, quem sabe, ser mais oportuno fazermos silêncio, para meditar em nossos corações sobre os acontecimentos terríveis desta tragédia em que esta região, conhecida pelo branco da bruma, altura e o verde das montanhas e abundância de seus mananciais, teve o seu colorido, sua beleza e o seu vigor tomados por uma onda de destruição causada pela lama. Diante de tudo isso, e de tudo o que tendes no coração, o silêncio nos permite encontrar o Senhor, que nos leva a escutá-Lo, que nos impele a viver a fé de forma mais profunda, madura e firme e, assim, faz-nos capazes de não ceder ao desespero e não deixar que sejamos vencidos pela tristeza ou pela angústia”. E finalizou: “Por isso, estamos aqui: para rezar pelos que partiram, não só apresentando-lhes as homenagens de nossa saudade e de nossos afetos, mas também oferecendo ao Senhor nossas dores, confiando a Ele nossos sentimentos e buscando n’Ele a fortaleza e o consolo”.

Homenagens

Os 30 dias da tragédia da Vale foram lembrados em vigília organizada pela Arquidiocese de Belo Horizonte, à qual pertence Brumadinho. Um tríduo de orações foi realizado de 22 a 24 de fevereiro e encerrado no dia 25, com missas, homenagens aos militares e civis que trabalham nos resgates e momento de oração ecumênica.

Antes da celebração presidida pelo núncio apostólico, houve ainda uma procissão com a imagem de Nossa Senhora do Rosário, padroeira do Vale do Paraopeba e dos moradores do município mineiro. Ao final da missa, o bispo auxiliar Dom Vicente emocionou os presentes ao apresentar a música que compôs, dedicada a Brumadinho.

Também na segunda-feira (25), o Centro de Treinamento de Líderes Dom José Dalvit foi elevado a Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário. O decreto de criação foi apresentado durante a bênção da pedra fundamental do Memorial Minas de Esperança, homenagem às vítimas do rompimento da barragem. O Memorial será o campanário do Santuário Arquidiocesano. Com 20 metros de altura, terá cinco sinos.

De acordo com o último balanço da Defesa Civil, 179 mortes foram confirmadas. Outras 131 pessoas continuam desaparecidas.

Confira a música feita por Dom Vicente:

*Com informações do site da Arquidiocese de Belo Horizonte

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