“O exílio e o êxodo de São José” é tema de ‘live’ sinodal

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No dia 8 de setembro, quando a Igreja comemorou a Natividade de Nossa Senhora, a Arquidiocese de Juiz de Fora promoveu mais uma live sinodal. Recordando a celebração do Mês da Bíblia em todo o Brasil e o ano dedicado ao pai adotivo de Jesus vivenciado pela Igreja, o assunto abordado nesta edição foi “O exílio e o êxodo de São José”.

O momento de formação foi conduzido pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, pelo professor e biblista Padre Geraldo Dondici Vieira e pelos seminaristas Rafael Nascimento e Robert Teixeira. Após serem instituídos acólitos e leitores, os jovens estão em fase final dos estudos no Seminário e se preparam para a Ordenação Diaconal.

Robert deu início às reflexões, falando sobre o “exílio de São José” de acordo com o Evangelho de Mateus, que, segundo o seminarista, traz um caráter mais patriarcal. “A partir do versículo 13 do segundo capítulo de Mateus, nós vamos ver o relato de quando o anjo do Senhor aparece em sonho a José, com uma palavra de ordem, para que ele vá com Maria e Jesus para o Egito. Havia nesse contexto uma ameaça, que era justamente Herodes, que procurava encontrar e matar Jesus, uma vez que ele era identificado como um novo rei dos judeus recém-nascido.”

“Mateus vai enfatizar o papel de José enquanto patriarca. Na fuga para o Egito mostra-se José exercendo direito de chefe de família que lhe foi confiado. É para ele que o anjo aparece, é com ele que o anjo fala, é a ele que é comunicado o lugar onde devem ir e, depois, é a ele, também, que o anjo transmitirá o anúncio de retorno à terra de origem”, completou Robert. O seminarista ainda deu mais destaque à figura do esposo de Maria. “O Papa Francisco diz que José é o ícone visível, humano e sensível, do amor infinito que Jesus recebe do Eterno Pai desde toda eternidade. Logicamente que, quando se trata de José, não se está igualando à Primeira Pessoa da Trindade em toda a Sua infinidade, mas pode encarnar de forma humana seus atributos e perfeições através de sua força serena que protege; seu amor fiel que inspira segurança; sua bondade superabundante que estimula o bem. Se nós, lendo o relato do Êxodo, percebemos que o povo caminhou no deserto tendo a sombra de Deus que o acompanhava por todo o caminho, para Jesus, José foi essa sombra do Pai”, afirmou.

Em seguida, Rafael abordou o “êxodo de São José”. “Em tempos difíceis que nós estamos vivendo, São José é o homem da travessia, que nos aponta o caminho a seguir. Caminho que não é feito sozinho e muito menos olhando para si; caminho que é feito com os irmãos, olhando para o lado e para o alto. Travessia, deslocamento que gera em nós vida, esperança e abertura à novidade do Espírito Santo”, ressaltou o seminarista ao iniciar sua fala.

“A ação de São José pode ser comparada com o filho mais novo de Jacó, também chamado José. Em um período de fome, de penúria, ele teve a missão de conduzir o povo de Israel para o Egito, depois de uma série de sonhos e interpretações alegóricas sobre o destino de sua família e dos egípcios. A missão de São José também pode ser comparada à de Moisés, que tirou o povo do Egito e o conduziu para a terra prometida”, apontou Rafael. E continuou: “Para o evangelista Mateus, Jesus é o novo Moisés. Aquele que nos mostra os caminhos a partir do pleno cumprimento da lei e que nos encaminha para a libertação do mal, do pecado, conduz-nos para a terra prometida, a Jerusalém celeste.”

Segundo Rafael, o exílio e o êxodo de São José estão retratados no capítulo 2 de São Mateus (vv. 13-18 e 19-23). “O evangelista apresenta dois movimentos, dois itinerários: primeiro, o de fuga, o do exílio; e agora, o do retorno, o êxodo. Em ambos nós percebemos a presença do anjo que fala a José em sonho e o orienta sobre qual a melhor decisão a tomar. O anjo, como nós bem sabemos, é o mensageiro de Deus.”

Padre Dondici, por sua vez, trouxe aos internautas lendas populares, relacionadas especialmente à fuga da Sagrada Família para o Egito. “É uma história adaptada a partir de Evangelho apócrifo e contos populares. Na verdade, havia, na catequese antiga, um subgênero de contos populares que chamava ‘no tempo que Jesus andava no mundo’. Há também um subgênero que se chama ‘no tempo que os bichos falavam’. Eu ajuntei essas duas coisas e criei algumas histórias. A maioria delas é de Jesus e Maria despistando os soldados de Herodes; como sozinhos eles não conseguem, o universo vem e ajuda”, sublinhou o sacerdote.

Quando tomou a palavra, Dom Gil ressaltou que não se pode desprezar as lendas. “A sabedoria popular é uma forma de Deus nos comunicar as coisas. Elas [as lendas] não existem apenas por motivos banais, têm uma sabedoria por trás.” Em seguida, o Arcebispo compartilhou o que São José representa em sua vida desde criança. “Não se encontra uma palavra que São José tenha falado na Bíblia. Mas como ele fala ao coração do nosso povo!”

A íntegra da live sinodal está disponível no YouTube e no Facebook da Arquidiocese de Juiz de Fora.

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