O último domingo (23) foi um dia mais especial para a Paróquia Santa Luzia: data da festa em comemoração aos seus 70 anos de fundação. A missa solene foi presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, e concelebrada pelos padres da comunidade, marcando, assim, o fim das celebrações do ano jubilar.
A programação teve início pela manhã, com uma gincana com as crianças da Catequese, seguida de almoço. A noite foi o ápice da festividade, com a Santa Missa, em que mais de 800 pessoas estiveram presentes para recordar o jubileu. Era dia de agradecer. Segundo o Padre Ronaldo Evangelista de Melo, FAM, pároco da Matriz, um momento de júbilo e de gratidão por toda a comunidade estar presente e unida.
A festa começou a ser preparada nos primeiros meses do ano. O início dos trabalhos ocorreu em fevereiro, com a passagem da imagem peregrina de Santa Luzia nas comunidades irmãs que compõem a paróquia e também em algumas paróquias da forania. “A visita nas casas foi maravilhosa. Eu fui acolhida por três famílias evangélicas”, afirma a ministra da Sagrada Eucaristia Marlene Barros de Carvalho, paroquiana desde pequena. A senhora de 63 anos estava emocionada com o fim da celebração.
Além disso, as visitas suscitaram a criação de uma equipe missionária, devido à vontade de inúmeros moradores do Bairro Santa Luzia de receber a imagem peregrina. Para Sirlei Kamiroski, paroquiana ativa há 12 anos, durante sua passagem pelas casas, “Santa Luzia abria os olhos das pessoas para que vissem Jesus”.
Dom Gil, em sua homilia, retomou a história da paróquia, lembrou o trabalho dos inúmeros padres que por ela passaram durante esses 70 anos e ressaltou a sua alegria em ver a caminhada dessa comunidade. “São sete décadas e sete comunidades. Representam o crescimento do reino de Deus, o amor de Deus por esse lugar. É muita alegria para nós ver a Igreja crescendo, o amor de Deus nos envolvendo”. Além disso, o arcebispo declarou o Jubileu de 70 anos como parte da preparação do II Sínodo Arquidiocesano, que deve começar no segundo semestre de 2019.
A missa de domingo marcou também a investidura de 25 novos ministros da Eucaristia e renovação do compromisso dos antigos ministros. Eram eles de todas idades e estiveram bastante alegres durante toda a celebração.
Ao final da celebração, a história da paróquia foi apresentada em forma de um bate-papo. Em seguida, Padre Ronaldo agradeceu a todos, afirmando sua alegria em ter “uma paróquia viva e atuante”, e convidou para uma confraternização com bolo.
A Santa Missa foi transmitida, ao vivo, pela WebTV “A Voz Católica” e está disponível no canal do Youtube. e confira.
História da Paróquia Santa Luzia
Nos anos 40, o espaço geográfico “Fazenda Cachoeirinha”, hoje ocupado pelo Bairro Santa Luzia, era uma fazenda com cafezais. Aos poucos ela foi dividida e vendida e seus novos proprietários lotearam os terrenos, ocasionando um rápido crescimento da região.
Como ainda não havia uma capela no bairro, as pessoas iam até a Igreja São Mateus participar da missa, onde o Padre Gustavo Freire era o pároco. Esta paróquia abrangia todas as comunidades periféricas, inclusive a Cachoeirinha.
O Padre Gustavo recebeu do Sr. Alcides Machado, dono de parte da fazenda, um terreno para construir uma capela. Ela foi construída no local onde atualmente é o Santuário Santa Luzia. No início, foi construído apenas um cômodo no terreno. Lá, Monsenhor Gustavo, pároco de São Mateus, ia uma vez por mês para celebrar a missa, e nos outros dias rezava-se o terço.
Depois de algum tempo e com muitas dificuldades, foi construída uma capela onde foi fundada a paróquia, consagrada a Nossa Senhora das Graças, no dia 24 de setembro de 1948. Nessa época o então bispo, Dom Justino José de Santana, resolveu desmembrar a comunidade Cachoeirinha de São Mateus e elevá-la a categoria de paróquia. Coube ao padre recém-ordenado Helvécio Botelho de Assunção ser o seu primeiro vigário.
Com o tempo, os paroquianos tiveram o seu coração dividido. O bairro teve seu nome mudado para Santa Luzia e uma empresa de mesmo nome se instalou por lá. Assim, os fiéis divergiam em sua preferência entre Nossa Senhora das Graças e a santa protetora dos olhos. Até que, em 1977, Dom Geraldo Maria de Morais Penido, então arcebispo, resolveu o impasse e dedicou a paróquia a Santa Luzia.
Muitos padres passaram por lá. Até que, em 1997, a Congregação dos Filhos do Amor Misericordioso (FAM) se tornou responsável pela paróquia. Atualmente, os padres Ronaldo Evangelista de Melo, Jonas Luiz Leite, Cláudio Gilotti e Xavier Martines Pascoal são os encarregados por conduzir a comunidade.