Entre os dias 17 e 19 de dezembro, foi realizado em Juiz de Fora o “Pro Civitate Dei”, evento que surgiu na França por iniciativa da Fraternidade de São José Custódio. Seu intuito é incentivar maior participação dos católicos nas instâncias da sociedade civil, sobretudo os jovens.
“O objetivo é permitir e favorecer um ambiente de formação dos jovens adultos e universitários, em que a gente possa discutir, se formar em temas importantes para a sociedade, tudo numa ótica católica. Então é um espaço em que a gente pode se formar juntos, permeados por uma vida de oração, pela Santa Missa, pelos momentos de oração da Igreja, mas com esse empenho de estar atentos às dinâmicas sociais e dar uma resposta conforme os valores católicos”, explicou Thiago Martins, um dos organizadores do encontro.

O Padre Hernán Ducci, pertencente à Fraternidade de São José Custódio, conduziu os momentos de espiritualidade. “Os nossos membros conceberam essa instância para difundir o carisma da nossa fundação, que consiste, entre outras coisas, em promover a cultura católica, sobretudo no âmbito da juventude e com temas que são especialmente delicados, como a política, a família, a Filosofia.”
Juiz de Fora foi a segunda cidade brasileira a sediar o “Pro Civitate Dei”, que também acontece na França, no Chile e nos Estados Unidos. Cerca de 50 jovens participaram das reflexões acerca de família, política e educação, entre outros tópicos. O Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, marcou presença na abertura do evento, que ainda contou com apontamentos de Angela Gandra, atual Secretária Nacional da Família no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, do jornalista mexicano Diego Hernandez e de Daniel Ribeiro, Diretor do Colégio Católico Comunidade Resgate.
O Mestrando em História Max Debussi se interessou pelo evento pela necessidade de se capacitar nestes diversos âmbitos. “É de fundamental importância principalmente nos tempos em que vivemos, de crise moral, crise política, crise ética. Eu me inscrevi justamente para me formar e para estar mais à disposição da verdade e da Igreja”, apontou. A estudante universitária Júlia Diegues Gracioso falou dos papéis que os católicos podem e devem exercer na sociedade. “Muitas vezes as pessoas se prendem às vocações – vocação sacerdotal, vocação matrimonial – e se esquecem de que os católicos também podem se mobilizar na política, que é uma área que hoje em dia se encontra muito deficiente da moral.”
Já o Arcebispo Metropolitano falou da importância de Juiz de Fora, que é uma cidade universitária, sediar o encontro. “Uma das nossas grandes preocupações aqui é justamente esta: a preparação dos nossos alunos católicos, cristãos, que vão para a universidade a fim de que possam ter condições de discutir esses temas a partir da convicção católica e sem proselitismo, sem nenhuma coisa que possa cercear a liberdade do pensamento”, afirmou. “A Igreja não é formada só de padres, pelo contrário: ela é formada no seu maior número de leigos. Então, a Igreja não se preocupa apenas em formar padres bem formados, mas ela quer formar leigos bem formados. Isso talvez seja uma lacuna que deve ser preenchida e a proposta da fraternidade francesa é muito importante, promovendo esses encontros para que possam os alunos católicos se formarem como leigos e permanecerem trabalhando no meio social a partir da sua convicção católica”, completou Dom Gil.