II Seminário de Bens Culturais é aberto na Arquidiocese de Juiz de Fora com presença de importantes figuras peritas em cultura

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Na noite da última quinta-feira (17) teve início, no Auditório da Cúria Metropolitana, o II Seminário de Bens Culturais da Arquidiocese de Juiz de Fora. Realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), o evento está abordando o tema “Captação de recursos para reforma, conservação e restauro”.

A abertura foi realizada com Santa Missa na Capela do Seminário Santo Antônio, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, e concelebrada por diversos membros do clero. Na ocasião, o Pastor Arquidiocesano evidenciou que a celebração foi agradecimento a todos que trabalham em prol da cultura e ressaltou a importância de cuidar do belo. Recordando a frase de Dostoievski, que “a beleza irá salvar o mundo”, ele afirmou que o amor é expressão da beleza, portanto realizar o evento colabora na veneração a Jesus.

Na sequência, todos se dirigiram ao prédio da Cúria para a mesa-inicial, com as falas de Leônidas Oliveira, atual Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Prof.  Jefferson da Fonseca Coutinho, Presidente da Fundação de Arte Ouro Preto (FAOP), e da Doutora Renata Renault, Diretora-Geral da Empresa Mineira de Comunicação, além do Arcebispo de Juiz de Fora.

Durante sua explanação, o Secretário Estadual de Cultura apontou que Igreja que é detentora de 80% do patrimônio histórico do mundo ocidental, que tais materiais são bastante ricos e suas diversas formas de expressão artística vai além da representação da fé do povo. “Preservar esse patrimônio é importante, obviamente, para a história religiosa para a fé, para a manutenção viva da liturgia. No entanto, tem uma importância que transcende a própria Igreja Católica, na medida em que é possível compreendermos a própria história da evolução humana”.

Já o Arcebispo de Juiz de Fora falou do objetivo de promover esse seminário a fim de debater maneiras como levantar recursos para restauro das nossas igrejas, conservação dos nossos bens culturais da igreja. Ele também se mostrou muito satisfeito com a realização do encontro. “É um momento bastante importante para nossa Arquidiocese de Juiz de Fora e penso que a gente presta um grande serviço, tanto aos padres, como a todas as comunidades que tem bens culturais a serem preservados”.

Corroborando para tal pensamento o Presidente da FAOP, organização que há mais de meio século trabalha com o restauro e conservação e que esteve à frente do trabalho com as imagens de São José das Três Ilhas, felicitou a arquidiocese pela iniciativa. “Quero parabenizar a Arquidiocese de Juiz de Fora, especialmente pelo ineditismo desse seminário. A gente tem trabalhado com o poder público já há algum tempo, tem transitado por muitos outros lugares e poucas vezes a gente vê um cuidado, uma atenção tão especial ao patrimônio histórico, especialmente ao patrimônio histórico da igreja. Para a gente é um privilégio enorme participar. É importante dizer que tem sido inspirador, desde que nós chegamos na tarde de hoje aqui. Nosso secretário Leônidas já nos convocou para um seminário também, em Belo Horizonte, com esse mesmo espírito”.

Debates abertos

A primeira palestra teve um cunho contextualizador, inserindo e nivelando o conhecimento, Bianca Monticelli, coordenadora do Laboratório Jair Afonso Inácio de conservação e restauro, explicou o que são bens materiais e imateriais e como é feita sua proteção.

“Eu acredito que o nosso trabalho de restauro vai muito além do trabalho feito dentro de um ateliê, porque a gente é uma ponte entre a obra e a paróquia, a comunidade. Muitas vezes nós brincamos que nós somos os médicos das obras de arte, né? Então a gente conhece muito profundamente a obra que a gente trata e a gente tenta conhecer muito profundamente a comunidade que é a guardiã dessa obra. Então eu falo que nós somos essa ponte por isso, porque a gente tem que ter esse conhecimento muito grande de ambas as partes para devolver o bem restaurado e trazer mais identidade, mais história para comunidade”, esclareceu ela.

Bianca ainda lembrou que toda a sociedade deve colaborar com a manutenção dos bens. “Se ele é nosso, se ele faz parte de nós, cabe a nós cuidarmos dele. E o cuidar não é só ligar, fazer uma denúncia, é cuidar, é tratar, é pedir uma análise de restauração, é pedir para alguém limpar, é um cuidado como se fossem objetos nossos, porque o patrimônio é nosso, é da sociedade”.

O evento segue nesta sexta-feira (18), com extensa programação, e será encerrado no início da tarde de sábado (19). Mais de cem pessoas estão participando deste momento de troca de conhecimentos.

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“Entre os mais frágeis no meio de nós, estão as pessoas portadoras de deficiência.” Essas são as primeiras palavras de Francisco no vídeo para o mês de dezembro, produzido pela Rede Mundial de Oração do Papa, ao recordar das pessoas com deficiência. No mundo atual, denuncia o Papa Francisco, muitas delas “sofrem rejeição” e o momento é de mudança na forma de pensar e de maior apoio a projetos que “favoreçam a inclusão”: “Muitas delas sofrem rejeição, baseada na ignorância ou baseada nos preconceitos, que as transformam em marginalizadas. As instituições civis têm que apoiar seus projetos com acessibilidade à educação, ao emprego e aos espaços onde possam exprimir sua criatividade.” As diferentes capacidades de cada um A intenção de oração de dezembro coincide com o mês em que a ONU estabeleceu o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (que cai em 3 de dezembro) com o objetivo de promover os direitos e o bem estar. No vídeo, o Papa insiste no conceito de “capacidades diferentes” para reforçar a grande contribuição que as pessoas com deficiência podem dar à sociedade. As próprias imagens que acompanham as palavras de Francisco no vídeo mostram essa possibilidade, ao contar sobre histórias diferentes, unidas pela capacidade de valorizar o talento das pessoas com deficiência. Desde os atletas paraolímpicos que desafiam com êxito os próprios limites nas competições até os amigos da Comunidade de Santo Egídio, em Roma, que pintam obras de arte ou servem as mesas de uma pizzaria. O vídeo, feito em colaboração com o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé, ainda traz um jesuíta com deficiência visual, teólogo na Austrália, e uma religiosa com síndrome de down comprometida em Lourdes: os dois participaram da Assembleia Geral do Sínodo e estão comprometidos com a campanha #IamChurch do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. “Há necessidade de programas e iniciativas que favoreçam a inclusão. Sobretudo há necessidade de grandes corações que queiram acompanhar. É mudar um pouco nossa mentalidade para abrirmo-nos às contribuições e aos talentos dessas pessoas com capacidades diferentes, tanto na sociedade como dentro da vida eclesial. E assim, criar uma paróquia plenamente acessível não significa somente eliminar as barreiras físicas, mas assumir também que temos de deixar de falar de ‘eles’ e passar a falar de ‘nós’”, ainda alerta o Papa. Um olhar mais profundo O cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, comenta que “o convite do Papa para acolher as pessoas portadoras de deficiência na vida da Igreja e da sociedade é uma grande ajuda para reconhecer o mistério que é cada pessoa. Jesus se encontrou com pessoas marcadas pela fragilidade física, psíquica e espiritual, e viu nelas beleza e promessa. Assim, perceberam em Jesus o mistério divino, sentiram a presença daquele que salva, daquele que é Pai. Em um mundo onde a produtividade parece ser mais importante que o ser humano e a beleza se circunscreve dentro de padrões comerciais, a comunidade cristã que reza ganha um olhar mais profundo e livre. A Igreja não nega a ninguém a participação, a Palavra e os Sacramentos, mas partilha com cada pessoa o caminho adequado. Nossas sociedades, frequentemente pouco inclusivas, precisam assumir um compromisso comum e concreto para que, seguindo o exemplo de Jesus, possam respeitar a dignidade de todos para fazer crescer a fraternidade”. A inclusão, a rocha sobre a qual devemos construir O Padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, reforça a reflexão, afirmando que “o foco da intenção de oração do Papa deste mês é promover a participação ativa das pessoas com deficiência, construindo programas e iniciativas para que ninguém seja excluído, para que sejam apoiados, acolhidos, integrados e reconhecidos pela sociedade. É o que fazia Jesus, acolhia a todos e com Ele ninguém se sentia excluído. Nós sabemos disso, porém temos dificuldade em viver assim, por isso precisamos rezar, pedir uma mudança de mentalidade, de olhar, começando por nós mesmos”. E o Papa finaliza: “Rezemos para que as pessoas portadoras de deficiência estejam no centro de atenção da sociedade, e as instituições promovam programas de inclusão que valorizem a sua participação ativa.” Fonte: Site Vatican News

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