Na tarde da última quinta-feira (15), a Campanha da Fraternidade 2018 foi o tema central de audiência pública realizada na Câmara Municipal de Juiz de Fora. Para falar sobre o tema, que este ano aborda “a superação da violência”, a Casa Legislativa recebeu o arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, e o vigário episcopal para Educação, Comunicação e Cultura, Padre Antônio Camilo de Paiva.
Todos os anos, Dom Gil visita Câmaras Municipais da região para falar sobre a campanha anual, iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que traz à tona assuntos relevantes para a sociedade. “Queremos dialogar com os legisladores da cidade a respeito da nossa preocupação com o estado de violência e trazemos a proposta de nos irmanarmos para criar sempre uma cultura da paz, do respeito, da fraternidade, o que é básico para vencer toda essa onda de violência que vai crescendo no país inteiro e também em nossa cidade, infelizmente”, afirmou o arcebispo.
No momento de suas considerações, o pastor mostrou números da violência no Brasil e no município. No país, a cada nove minutos uma pessoa morre por ato violento e, a cada hora, cinco são assassinadas por arma de fogo. Em Juiz de Fora, o Jornal Tribuna de Minas noticiou, entre 1º e 14 de março, 31 assaltos, dez casos de tráfico de drogas, cinco furtos, quatro casos de agressão e três tentativas de homicídio. Dom Gil também destacou as ações propostas pela CF 2018 para a superação da violência e finalizou sua fala exortando a sociedade a colocar em prática o principal mandamento deixado por Jesus Cristo: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.
Durante sua fala, Padre Camilo destacou que a segurança pública é assunto profundo e que a solução da violência compete a todos os atores sociais. “Esse tema não diz respeito somente ao fato de eu poder caminhar na rua, mas porque eu não posso caminhar tranquilamente. Precisa haver um diálogo entre as principais instituições, porque se há uma crise ética e moral, a Igreja e os poderes constituídos devem recuperar essa credibilidade”. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Santa Tereza, Sidenilson Ferreira, também se manifestou, levando aos presentes um pouco da realidade violenta de alguns bairros da cidade.
Um dos proponentes da audiência pública, o vereador Zé Márcio ressaltou que a discussão da violência acontece em momento oportuno, no dia seguinte ao assassinato da parlamentar carioca Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. “A gente vive um momento complicado, em que todo tipo de violência está ocorrendo, e a Igreja Católica como sempre na vanguarda, propondo a discussão do tema, de formas de prevenção e da cultura de paz. Para a sociedade, para o município de Juiz de Fora e para toda a Arquidiocese é muito importante esse debate e que ele seja feito na Câmara Municipal”.
O debate na Casa Legislativa juiz-forana também foi um pedido dos vereadores André Mariano, Vagner de Oliveira, José Fiorilo e Marlon Siqueira. O delegado responsável pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubos de Polícia Civil, Rafael Gomes de Oliveira, também esteve presente na ocasião.
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