Dom Eurico e Monsenhor Elias comemoram 60 anos de Ordenação Presbiteral

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No último dia 22 de setembro, a Arquidiocese de Juiz de Fora recordou os 60 anos de Ordenação Presbiteral de seu Arcebispo Emérito, Dom Eurico dos Santos Veloso, e do Monsenhor Elias José Saléh Filho. A data foi celebrada com uma Missa em ação de graças na capela do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio.

A Eucaristia foi presidida por Dom Eurico e concelebrada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, pelo Arcebispo Emérito de Sorocaba (SP), Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, pelo Reitor do Seminário, Padre Antônio Camilo de Paiva, pelo Vigário Geral da Arquidiocese e Vice-Reitor da casa de formação, Monsenhor Luiz Carlos de Paula, e por outros sacerdotes de nossa Igreja Particular.

Dom Gil expressou a grande alegria da Igreja Particular de Juiz de Fora em celebrar o Jubileu de Diamante. “Sessenta anos não são dois dias e muitas pessoas não chegam a esta data. E eles chegaram. Para nós, portanto, é uma grande satisfação estar com eles neste momento. Nós quisemos celebrar esta efeméride no Seminário, porque o seminário que eles fizeram é este mesmo que existe até hoje”, ressaltou o Arcebispo. “O grande dom da perseverança é algo que marca. Perseverança é um dom de Deus, mas tem que ter uma resposta humana. Perseverança significa superar obstáculos, problemas, dificuldades, e continuar no caminho. Então, queremos agradecer a Deus pela perseverança de Dom Eurico, pela perseverança do Monsenhor Elias, e também pelos grandes serviços que os dois prestaram, em campos diferentes, mas sempre prestando o mesmo serviço ao reino de Deus. Que nosso Senhor os recompense, lhes dê saúde, paz e alegria entre nós”, finalizou.

Padre Camilo ressaltou as grandes marcas que Dom Eurico e Mons. Elias deixaram na Arquidiocese e no Seminário. “É muito significativo, porque aqui foi onde os senhores trabalharam e formaram outros padres que estão produzindo frutos na Igreja inteira. Não poderia ser coisa melhor essa celebração para a vocação dos jovens que estão se preparando, de que vale a pena ser padre e que não é feito sem sacrifício”, afirmou o Reitor em homenagem feita no final da Missa.

Dom Eurico

Dom Eurico dos Santos Veloso é natural do Distrito de Sarandira, em Juiz de Fora. Entrou para o Seminário Santo Antônio aos 16 anos de idade, para o curso de Admissão ao Ginásio, e em 1956 ingressou no Seminário Maior São José, em Mariana (MG), para cursar Filosofia e de Teologia. Após a Ordenação Presbiteral, trabalhou como Vice-Reitor do seminário juiz-forano, para onde retornaria anos depois, em 1978.

“A minha vida no dia de hoje é simplesmente de agradecimento a Deus, não apenas pelos 60 anos de vida presbiteral e de padre, mas também os quase 90 anos de nascimento, porque eu sou natural aqui de Juiz de Fora. E, ao mesmo tempo, a alegria de estar nesta casa onde a minha vida praticamente foi gasta desde o início e até mesmo depois de bispo. Se eu estou fazendo 60 anos de padre, 40 foram doados a esta casa, seja na construção, no cuidado da formação sacerdotal entre os padres”, recordou o Arcebispo Emérito.

Dom Eurico também recordou a convivência com Monsenhor Elias Saléh. “Foi colega meu desde o início do Seminário, sempre juntos no mesmo dormitório, no recreio, no refeitório, por causa de nome. Isso tudo traz boas recordações, que fazem a gente viver com mais coragem, com mais vontade de realizar.” Ele ainda revelou um exame de consciência feito no dia anterior à data comemorativa. “Desde o princípio do meu seminário, eu adotei algumas fórmulas que eu via dos superiores para pautar a minha vida. Ontem eu fiz um exame bem rigoroso disto e, graças a Deus, todas elas foram cumpridas rigorosamente.”

O Arcebispo Emérito de Juiz de Fora contou o motivo de ter escolhido o lema sacerdotal “Ingentibus evangelizare”. “Naquela época se falava da evangelização da América Latina, sobre as conferências de Puebla, de Medellín e outras mais. Então eu adotei este lema, que quer dizer evangelizar, e não doutrinar os povos. E isto levei a sério no meu presbiterato e também como bispo, acrescentando algumas outras palavras para serem vividas durante esse tempo. Por isso, sempre lutei pelo ensino religioso nas escolas públicas, como evangelização e não doutrinação católica, porque a evangelização abrange todos os credos e todos aqueles que querem servir a Deus.”

Em nossa Igreja Particular, Dom Eurico conduziu a Paróquia Nossa Senhora das Mercês, em Mar de Espanha (MG), e ainda foi Vigário Geral, Bispo Auxiliar e Administrador Arquidiocesano antes de iniciar o pastoreio na Diocese de Luz, em 1991. Dez anos depois assumiu a Arquidiocese de Juiz de Fora, como seu quarto Arcebispo, função que exerceu até 2009.

Monsenhor Elias

Natural de Bom Jardim de Minas (MG), Monsenhor Elias José Saléh Filho também foi professor do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio após ser ordenado sacerdote. Em sua caminhada presbiteral, passou pelas paróquias Nossa Senhora Aparecida, do Linhares; São Jorge do Rito Bizantino (Igreja Melquita); Santo Antônio, em Passa Vinte; Santo Antônio, de Ewbank da Câmara; São José, de Bicas; Nosso Senhor dos Passos, em Rio Preto; e Bom Jesus do Matozinhos, em Bom Jardim.

Mas foi em Liberdade, onde hoje está o Santuário Basílica Bom Jesus do Livramento, que passou mais tempo: vinte anos, de 1965 a 1985. O período, marcado por conquistas materiais, foi lembrado com carinho por Mons. Elias. “A reforma muito grande da Matriz da paróquia, do salão dos romeiros, que é uma obra de grande valor, um prédio muito valioso, pelo qual eu lutei muito. Como eu vivi 20 anos em Liberdade, cada festa do Bom Jesus do Livramento era uma dedicação muito grande pela multidão de fiéis que vão lá. De uma festa para outra houve progresso no sentido pastoral, sentido material, no sentido de atendimento aos romeiros. Tem toda essa preparação anterior para que essa basílica tivesse agora expressão maior”, afirmou.

O presbítero também contou o motivo de ter escolhido o lema “Eu vos envio como o Pai me enviou” (Jo 20,21). “Para mim, ele traz toda a síntese do sacerdócio: ‘Eu, Cristo, vos envio’ quer dizer ‘vocês são meus enviados, são aqueles vão em meu lugar fazer por mim’; ‘como o Pai me enviou’ no sentido do poder sacerdotal, do poder de ordem da administração dos sacramentos, da pregação do evangelho. Como Cristo tinha esse mandato do Pai, passou para nós no dia da nossa ordenação.”

Por fim, Mons. Elias revelou os sacrifícios que teve que fazer.  “Esse lema eu vivi muitas vezes de modo muito concreto, quando eu vejo que tive que renunciar a certos comodismos, a certas conveniências pessoais, renunciar para poder servir. Então são 60 anos de uma vida dedicada, de ser como Cristo, apesar de que a santidade pessoal só Deus sabe, só Deus avalia. Mas a atitude humana do padre é um testemunho. E me parece que eu dei esse testemunho.”

Clique aqui e confira as fotos da Celebração Eucarística.

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