Diácono Jadai Leandro inicia preparativos para Ordenação Presbiteral, marcada para 23 de setembro

*Registro da Ordenação Diaconal, realizada em 4 de março deste ano | Amare Foto Sacra - Instagram do Diác. Jadai

Daqui a exatamente um mês, o Diácono Transitório Jadai Leandro Anastácio Alves será ordenado presbítero, pela imposição das mãos do Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira. A cerimônia está marcada para o dia 23 de setembro, às 9h, no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora das Mercês, em Mar de Espanha (MG).

Diác. Jadai e Padre Leles, durante o retiro espiritual | Foto: Instagram do Seminário Santo Antônio

Entre os dias 5 e 9 de agosto, em São João del-Rei (MG), o futuro sacerdote realizou o retiro espiritual em preparação para a sua ordenação presbiteral. A reflexões ficaram a cargo do Padre José Leles, capelão da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. O tema principal foi “Sacerdote, um bom samaritano”. “Pude sair desse retiro renovado, animado para a nova missão que em breve irei assumir. Pude tirar grandes lições; delas, destaco duas: a primeira é que o sacerdote precisa ser sempre bom samaritano em seu ministério. Mesmo com todos os seus encargos, não pode perder a sensibilidade, precisa deitar azeite e óleo para aliviar as dores e sarar as feridas na vida dos irmãos. E a segunda lição que destaco é que o sacerdote precisa ser o homem da escuta; algo que difere de ouvir: ouvir é algo biológico; escutar é prestar sentido, é ouvir com atenção”, contou Diácono Jadai.

Mesmo antes do retiro, ele já havia escolhido o seu lema de Ordenação Presbiteral, que será “Senhor, Tu sabes tudo. Tu sabes que eu te amo” (Jo 21,17). O jovem relaciona a sua vocação com a de São Pedro. “Ao conversar com Pedro, Jesus está lhe perguntando pelo amor ágape, o amor do modo mais elevado, o amor em plenitude, o amor do modo como Deus nos ama. Pedro, porém, ao responder que amava o Senhor, responde com o amor filia; é o amor do carinho, da afeição, o amor fraternal. Mesmo o amor de Pedro não sendo pleno, mesmo Pedro tendo suas debilidades, o Senhor o ama em plenitude e lhe confia uma grande missão, que estava acima de seus merecimentos e capacidades. Penso que é assim comigo também. Mesmo sendo frágil, não merecedor, o Senhor dotou-me com a vocação e agora me chama a uma missão muito maior do que minhas forças e merecimentos. Mas tenho certeza de que Ele acolhe a minha miséria e me fortalecerá na missão. Tenho a esperança de que, assim como Pedro, que na vivência com o Senhor, pôde aprimorar seu modo de amar a ponto de se entregar como o Mestre, eu também possa crescer nessa direção. Como São Pedro, quero aprender a responder: ‘Senhor, Tu sabes tudo. Tu sabes que eu te amo’.”

Devoção a Nossa Senhora
*Diác. Jadai e sua mãe durante a cerimônia de Ordenação Diaconal | Foto: Amare Foto Sacra

Diácono Jadai também falou do fato de sua Ordenação Presbiteral acontecer na véspera do Dia de Nossa Senhora das Mercês. “Neste Ano Mariano, recebi um grande presente: serei ordenado debaixo dos cuidados da Mãe das Mercês. Maria, para mim, é caminho para seu Filho, Jesus; é colo acolhedor, refrigério nos meus momentos de cansaço e fraqueza. O amor de mãe é um santo remédio, é o amor mais próximo ao amor de Deus. Lembro que, na minha infância, todas as vezes em que eu estava doente, a presença de minha mãe já amenizava, senão curava, a dor de cabeça ou febre. Assim, nas dores, nas angústias da alma, é a Mãe do Céu que me vem amparar e me levar a seu Filho, Jesus, para que eu me ponha de pé”, refletiu.

A data e o local da cerimônia, contudo, não foram meras coincidências. Desde que foi ordenado diácono, Jadai tem atuado na Paróquia Santuário Nossa Senhora das Mercês, onde já assumiu grandes responsabilidades. O mesmo aconteceu na Paróquia São Sebastião, em Senador Cortes. “Tem sido para mim muito gratificante a presença nas paróquias de Mar de Espanha e Senador Cortes. O acolhimento do Padre Anderson e do Padre Kayo é algo que preciso destacar e agradecer. Vivendo com esses dois irmãos, tenho aprendido na prática a ter um olhar mais sensível às necessidades paroquiais. E a vivência com o povo de Deus é algo que enche o meu coração de alegria e gratidão, pois, em cada conversa, recebo uma palavra de incentivo, uma oração e um forte desejo de verem concretizadas, em mim, as promessas de Deus. Louvo e agradeço por tanto carinho dessa boa gente.”

O início de tudo
*Foto: Instagram do Diác. Jadai | post em celebração ao Dia do Diácono

Diácono Jadai é natural de Maripá de Minas, que fica a cerca de 50km de Juiz de Fora. E foi lá que sua trajetória vocacional se iniciou. “Minha vocação nasceu na minha infância. Não tem nada de muito extraordinário, mas é assim mesmo que Deus se revela, no simples da vida. Tinha uma vizinha minha que já era de idade avançada, e eu adorava frequentar a sua casa, mas sempre ela ia para a missa. Um dia eu disse que, já que ela iria para a missa, eu também iria, porque não queria sair da companhia dela. Ela prontamente disse que, se minha mãe permitisse, eu poderia ir. Minha mãe era católica, mas estava afastada da Igreja. Contudo, permitiu que eu fosse. E daí me encantei pela eloquência das palavras e beleza dos gestos daquele homem que lá estava. Gestos e palavras que eu não conhecia, e muito menos compreendia, mas obrigava os meus amigos a repeti-los comigo. Aí, como aconteceu com muitos dos meus irmãos, os biscoitos se tornavam hóstia e o suco, vinho”, relatou o futuro sacerdote.

Segundo o diácono transitório, no período da adolescência ele chegou a se afastar da Igreja, mas isso não durou muito: a vocação que adormecia foi reavivada durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013, que aconteceu no Rio de Janeiro. “Então comecei, em 2015, o Dives, o Encontro de Discernimento Vocacional no Seminário Santo Antônio. Fui convidado a ingressar e, no ano de 2016, comecei minha formação. Foram anos de muito estudo, trabalho e oração, mas também tempo de crescimento espiritual e humano; tempo de convivência fraterna, respeito ao modo de pensar diferente de cada um. Agradeço muito a Deus o tempo que lá vivi. Sempre lembro desses anos e do Seminário com gratidão”, recordou.

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