Terminou neste domingo (28), a Assembleia Eclesial da América Latina e Caribe, realizada na Cidade do México, presencialmente e de forma on-line. O encerramento foi marcado pela Santa Missa na Basílica de Guadalupe.
Em uma mensagem final, lida pelo presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano, Dom Miguel Cabrejos, reconhece-se a necessidade de “um caminho de conversão resolutamente missionário”, que tem como pressuposto a necessidade de “maior responsabilidade pastoral”.
O documento reforça o caráter sinodal da Assembleia, com escuta mútua e discernimento comunitário do que o Espírito quer dizer à Igreja. Durante os dias de evento, os participantes se voltaram para as realidades do continente, em suas dores e esperanças.
O texto observa e denuncia a dor “dos mais pobres e vulneráveis que sofrem o flagelo da miséria e da injustiça”; também “o grito de destruição da casa comum” e a “cultura descartável” que afeta sobretudo as mulheres, migrantes e refugiados, os idosos, os povos indígenas e afrodescendentes”. A Assembleia diz sentir a dor provocada “pelo impacto e pelas consequências da pandemia que aumenta ainda mais as desigualdades sociais, comprometendo até mesmo a segurança alimentar de uma grande parte de nossa população”.
Os pecados intra-eclesiais também provocam dor, como “o clericalismo e o autoritarismo nas relações, o que leva à exclusão dos leigos, especialmente das mulheres, no discernimento e na tomada de decisões sobre a missão da Igreja, constituindo um grande obstáculo à sinodalidade”. Junto com isso, é expressa a preocupação com “a falta de profetismo e de solidariedade efetiva com os mais pobres e vulneráveis”.
Mas também há esperança, nascida da “presença dos sinais do Reino de Deus, que levam a novas formas de escuta e de discernimento”. A mensagem mostra o caminho sinodal como “um espaço significativo de encontro e abertura para a transformação das estruturas eclesiais e sociais que permitem um renovado impulso missionário e uma proximidade com os mais pobres e excluídos”. A vida religiosa, “mulheres e homens que, vivendo contra a maré, dão testemunho da boa nova do Evangelho”, e a piedade popular são também um motivo de esperança.
Confira a íntegra do documento: Mensagem Final da Assembleia Eclesial
Fontes: Site da CNBB e Equipe de Comunicação Assembleia Eclesial