*Por: Luís Eugênio Sanábio e Souza – escritor
Foram injustas, infundadas e até desrespeitosas as críticas que a Sra. Dora Stephan lançou contra o admirável Papa emérito Bento XVI através do jornal Tribuna de Minas em 11/02/2015. A história atesta que não é verdade que Bento XVI varreu para debaixo do tapete problemas como pedofilia ou corrupção; pelo contrário, este Papa foi corajoso e firme ao corrigir tais abusos e escândalos através de inúmeras providências práticas, comprovadas por diversos documentos e discursos que todos podem ler no site da Santa Sé.
Também não é verdade que o valor de um Papa pode ser medido simplesmente através de sua aparência ou carisma, como quis transmitir a Sra. Dora. Manso, justo e humilde, o Papa Emérito Bento XVI sempre foi amado pelos autênticos católicos que obviamente não aceitam as heresias presentes naquele tipo de teologia da libertação que o Sr. Leonardo Boff quis defender. Dora também se equivocou ao tratar Boff como teólogo. Boff perdeu a licença da Igreja para lecionar teologia há mais de trinta anos e suas críticas à doutrina católica contrariam a ortodoxia, a fidelidade à Igreja e ao seu magistério.
Neste plano da heresia e da cisma, não se pode falar de teologia católica, porque a teologia é uma ciência eclesial que, por sua própria natureza, implica necessariamente em obediência à Igreja.
O Papa Francisco propõe a todos os católicos que respeitem o grande Papa Emérito Bento XVI. Segundo Francisco, “Bento XVI não é uma peça de museu” e “a sua sabedoria é um dom de Deus”. Afirmando que os abusos contra menores são feridas profundíssimas, Francisco explicou que a Igreja trabalha muito contra isso, “seguindo o caminho aberto por Bento XVI” (entrevista do Papa Francisco ao jornal “Corriere della Sera” em 05/03/2014).
Deve-se lembrar que o memorável Papa São João Paulo II considerava o então Cardeal Ratzinger (futuro Papa Bento XVI) como homem de sua inteira confiança como defensor da doutrina católica. Segundo disse São João Paulo II, méritos especiais devem ser reconhecidos ao Cardeal Joseph Ratzinger por ele ter presidido a comissão que preparou o projeto de elaboração do Catecismo da Igreja Católica, documento importantíssimo da Igreja.
Sempre justo e inteligente, Ratzinger conduziu corretamente o processo que condenou as diversas teses heréticas do brasileiro Leonardo Boff e que foram publicadas em seu livro “Igreja: carisma e poder”. Crítico do Magistério da Igreja, Boff optou pelo caminho da desobediência e da indisciplina e depois abandonou seu próprio ministério.
Na verdade, a Igreja Católica ensina que os enunciados da fé não resultam de uma investigação puramente individual e de um livre exame da Palavra de Deus, mas constituem uma herança eclesial. Se alguém se separa dos Pastores que velam por manter viva a tradição apostólica, é a ligação com Cristo que se encontra irreparavelmente comprometida.
O Papa emérito Bento XVI é um grande exemplo de homem de fé, de coragem e de trabalho em prol da verdade. Um homem de Deus!