Ofício de Trevas é celebrado na Igreja São Mateus

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Na noite da última quarta-feira (17) aconteceu a celebração do Ofício de Trevas, tradição nas quartas-feiras santas na paróquia São Mateus. Presidida pelo arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, concelebrada pelos padres Geraldo Dondici Vieira, pároco do local, Tarcísio Mariano Lopes e Anderson de Monteiro de Rezende, reuniu dezenas de fiéis.

O Ofício de Trevas é uma celebração que se constitui de salmos, leituras, lamentações e preces penitenciais para ser um prolongamento daquilo que se vive na sexta-feira da Paixão, buscando conduzir os fiéis a oração mediante a meditação da palavra de Deus. O nome surgiu por causa da forma que se propõe celebrar, a igreja as escuras, tendo somente um candelabro triangular, com 15 velas acesas, que se apagam aos poucos durante a cerimônia.

Padre Dondici explica que o oficio é ”um prolongamento daquilo que vivemos na sexta-feira da paixão. Aquele silencio é um retorno aquelas trevas primordiais, que existiram antes da luz. Em Gênesis, capítulo primeiro, a primeira criatura que existe é a luz, a luz da presença divina, por conta do nosso pecado essa luz é apagada por um momento”.

Ele conta ainda que o oficio era uma oração dos monges, na idade média, e os mosteiros eram como “a alma das cidades”, as pessoas os observavam para compreender os ritos.  Essa tradição se mantém em algumas cidades da Espanha, Portugal e do Brasil. Na paróquia “é uma forma da gente aprofundar o significado da entrega de Jesus, onde ele se entregou por nós para que a gente também se entregasse, naquilo que cada um pode se entregar. Ali significa que no universo, que é o templo, tudo ficará apagado até que venha a luz da ressurreição (celebração do sábado santo), pontua o sacerdote.

Em entrevista, Dom Gil é pontua a importância do ofício, “é uma oração tradicional da igreja, com salmos, leituras do profeta Jeremias, que nos recordam as profecias sobre o sofrimento de cristo. As trevas são símbolo da escuridão que desceu sobre o mundo na morte de Cristo. Sem Cristo vivemos realmente nas trevas. O canto e o ambiente de penumbra ajudam a meditação e aprofundar o conhecimento”.

Durante a celebração o arcebispo apontou que a cerimônia é um convite a conversão. Um momento propicio para analisar nossos comportamentos e relação com Deus. “É preciso nos preocuparmos com a nossa fidelidade diária da oração. Se não nos corrigirmos vamos tomar um caminho de distanciamento de Deus”, disse ele.

Ao final, a última vela permanece acesa, ela significa Nosso Senhor que, por breve tempo, se retira do meio dos homens e baixa ao túmulo, para reaparecer, pouco depois fulgurante de luz e de glória. É a esperança da luz que resplandecerá no dia da ressurreição do Senhor.

*Com informações de Pascom Paróquia São Mateus

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