O Distrito de São José das Três Ilhas, em Belmiro Braga (MG), viveu um dia histórico nesse domingo (7). Isso porque as imagens do padroeiro paroquial, São José, de Nossa Senhora do Rosário e de São Sebastião voltaram ao altar-mor da Igreja Matriz depois de mais de quatro anos. Elas foram restauradas pela Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha).
Antes da entronização das imagens e da Missa que marcou o momento, a comunidade local participou de uma procissão pela principal rua do distrito. O Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, participou do cortejo e presidiu a Eucaristia, concelebrada pelo Administrador Paroquial, Padre Wesley Carvalho Neves.
O Pastor Arquidiocesano, grande defensor do patrimônio histórico artístico, empenhou-se pessoalmente no restauro das peças. “A arte sacra é um veículo que nos leva a Deus, nos ajuda a rezar, nos ajuda a meditar a Sua palavra. A Igreja não faz arte pela arte, mas como um instrumento de evangelização e de santificação. O lugar das imagens é nos espaços sagrados. Por isso, contemplando a emoção do povo de São José das Três Ilhas ao receber essas imagens depois de tanto tempo, eu também me emociono de ver o quanto isso é precioso para a vivência da nossa fé”, ressaltou Dom Gil.
Para Padre Wesley, o retorno das imagens de São José, Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião aumenta e valoriza a fé da população católica do distrito. “Resgata aquilo que o povo estava aguardando há mais de quatro anos e que era, inclusive, uma reivindicação da comunidade. Agora, retornando para a nossa paróquia, renova a nossa confiança, a nossa fé, nos traz alegria. Isso demonstra o nosso zelo, o cuidado que a Igreja tem com as imagens sagradas.”
O Subsecretário de Cultura de Minas Gerais, Igor Arci Gomes, que representou o Estado na solenidade de domingo, apontou a importância do uso de um patrimônio histórico. “É com grande satisfação que hoje nós trouxemos de volta essas três importantes imagens recuperadas na sua originalidade para serem veneradas, para serem contempladas, porque essa é a verdadeira essência de um patrimônio. Ele não é um bem museológico, que já não tem mais finalidade.”
O Presidente da FAOP, Jefferson da Fonseca Coutinho, também esteve presente e se revelou um devoto de São José. “Não posso deixar de falar da minha felicidade, da minha alegria enorme de estar aqui e testemunhar a entrega dessas imagens, que foram cuidadas com enorme carinho por nossa Fundação de Arte de Ouro Preto. Quando Goethe diz que o homem vê no mundo o que ele carrega no coração, eu pude testemunhar esta manhã a beleza que há no coração de todos aqui presentes”, completou.
Agora, os olhares se voltarão para o restauro da Igreja Matriz de São José das Três Ilhas, cujo projeto já foi aprovado pelos órgãos competentes. “Neste momento queremos pedir a Nosso Senhor uma bênção muito especial, para que nós consigamos restaurar esta igreja, que é uma maravilha aqui presente na Zona da Mata, na divisa com o Estado do Rio. Essa obra de arte feita pelos nossos antepassados tem que ser preservada, tem que ser conservada para que todos possam celebrar os mistérios de Deus envolto com as maravilhas da arte sacra”, clamou Dom Gil Antônio Moreira.
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