Comissão de Liturgia do Leste 2 divulga carta compromisso durante encontro regional

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Dos dias 24 a 27 de setembro, a Comissão de Liturgia do Leste 2  (Minas Gerais e Espírito Santo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) realizou o encontro anual de Liturgia, na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte.

O evento, que refletiu sobre as “Catequeses do Papa Francisco sobre a Eucaristia, uma releitura da Sacrosanctum Concilium“, sob a assessoria do Padre Márcio Pimentel, da Arquidiocese de Belo Horizonte, contou com cerca de 40 participantes entre padres, leigos(as) e religiosos que atuam como coordenadores(as) e assessores diocesanos das comissões de liturgia das (arqui)dioceses do Regional. O arcebispo metropolitano de Pouso Alegre (MG) e referencial da Comissão de Liturgia do Leste 2, Dom José Majella Delgado, também participou do encontro.

Ao final, os membros da Comissão de Liturgia, juntamente com os coordenadores (arqui)diocesanos que participaram do encontro, publicaram uma carta ao Povo de Deus. Leia a íntegra da carta:

CARTA DE COMPROMISSO

“Gostaria de redescobrir juntamente convosco a beleza que se esconde na celebração eucarística,
e que, quando é revelada, dá pleno sentido à vida de cada um.”
(Catequese do Papa Francisco  em08.11.17)

Exmos. Srs. (arce)bispos, estimados padres, diáconos, leigos e leigas, animadores da vida litúrgica do nosso Regional Leste 2

Nós, os participantes do encontro anual com coordenadores (arqui)diocesanos e assessores das comissões de liturgia das (arqui)dioceses de nosso Regional, reunidos na Casa de Retiros São José, em Belo Horizonte/MG, de 24 a 27 de setembro de 2018, refletimos a respeito das Catequeses do Papa Francisco sobre a Eucaristia, uma releitura da Sacrosanctum Concilium, com assessoria do padre Márcio Pimentel, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Esse encontro visa à formação das pessoas que conduzem e animam a vida litúrgica de nossas comunidades, dando maior fundamentação para nossas práticas, para que auxiliemos pastoralmente nosso povo nos seus processos de amadurecimento e celebração da fé.

Partimos da feliz constatação de que vivemos um novo tempo na Igreja com o Pontificado do Papa Francisco, que faz sentir a sua influência em todos os setores da vida eclesial, o que inclui nossas liturgias. Embora ele ainda não tenha escrito nenhum documento acerca da dimensão litúrgica, a sua influência se faz sentir a partir de suas posturas, gestos e pontuais ocasiões em que discorre sobre ela, o que revela sua absoluta fidelidade à Reforma Conciliar.

Auxiliados pelo assessor e revisitando a Sacrosanctum Concilium, que ofereceu as bases para a reforma litúrgica, compreendemos melhor:

– Os livros litúrgicos aprovados após o Concílio Vaticano II são a expressão concreta da Reforma;

– A liturgia dá visibilidade ao modelo de Igreja assumido pelo Concílio (eclesiologia de comunhão);

– Os ritos são gestos eclesiais de Jesus Cristo e a liturgia é a ação de Deus acontecendo no corpo eclesial;

– Liturgia deve ser vista, antes de tudo, como lugar teológico, pois é a principal transmissora da fé;

– Devemos conformar nossa vida ao mistério que celebramos por meio do nosso ser e agir cristão no mundo. O perigo do sacramentalismo está em parar na exterioridade do rito, esvaziando-o de seu sentido e de sua verdade;

– A Missa, memorial do Mistério Pascal de Cristo, é a oração por excelência do cristão, coração da Igreja e relação pessoal com Deus e com os irmãos.

Com as palavras do Papa Francisco, damos “graças ao Senhor pelo caminho de redescoberta da Santa Missa, que Ele nos concedeu percorrer juntos”, e deixamo-nos “atrair com fé renovada por este encontro real com Jesus, morto e ressuscitado por nós, nosso contemporâneo” (Catequese de 04.04.18).

Provocados pelas reflexões feitas e mais conscientes de nossa missão de formadores de uma nova mentalidade que conduza nosso povo a uma autêntica espiritualidade litúrgica, assumimos os seguintes compromissos

  1. Fomentar a formação das pessoas com as quais desenvolvemos nossos trabalhos em nossas (arqui)dioceses, a começar por aqueles que compõem as Comissões para a Liturgia e atuam como multiplicadores de conhecimentos e experiências, especialmente no que se refere à importância de uma compreensão mais precisa da teologia que sustenta a vivência litúrgica da celebração eucarística;
  1. Aprofundar a reflexão aqui iniciada, buscando uma maior capacitação para o exercício da coordenação da Pastoral Litúrgica, sempre em sintonia com as diretrizes da nossa Igreja em todos os seus níveis de Magistério;
  1. Apoiar as iniciativas da Comissão para a Liturgia de nosso Regional, para que consigamos uma caminhada coesa de partilha, fraternidade e crescimento na formação.
  1. Consolidar a necessária interação catequese-liturgia, entendendo que a catequese tem uma forte dimensão iniciática a uma autêntica vivência mistagógica da liturgia e esta, por sua vez, é sempre uma “catequese em ato” (São João Paulo II).

Imploramos a todos as bênçãos de Deus e pedimos que rezem por nós, para que sejamos sempre fiéis à missão a nós confiada!

Belo Horizonte, 27 de setembro de 2018
Memória de São Vicente de Paulo

*Fonte: Site do Regional Leste 2 da CNBB

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