São necessárias “sucessivas conversões” para alcançar o Céu, diz Papa

Foto: VaticanVA

Na catequese desta quarta-feira, 19, o Papa Leão XIV prosseguiu com o ciclo “Jesus Cristo, nossa esperança”, e dedicou sua reflexão sobre a espiritualidade pascal frente aos desafios ecológicos do mundo atual. A partir do encontro de Maria Madalena com o Ressuscitado, o Pontífice destacou que os desafios não podem ser enfrentados sozinhos, e as lágrimas são um dom da vida quando purificam os olhos e libertam o olhar.

O Papa sublinhou que o Evangelho de São João situa o túmulo de Jesus num jardim, e explicou que ali se conclui a luta entre trevas e luz e se revela a missão primordial do ser humano: “Cultivar e guardar o jardim é a tarefa original” — tarefa que Cristo leva à plenitude. Por isso, Madalena não estava errada ao pensar estar diante do jardineiro: no Ressuscitado, todo contemplam aquele que “faz novas todas as coisas”.

Ecologia integral que nasce da Páscoa do Senhor

Recordando a Laudato si’, o Pontífice advertiu que a crise ambiental não se resolve com medidas parciais. “A cultura ecológica não se pode reduzir a respostas urgentes e parciais (…). Deve ser um olhar, uma política, um estilo de vida e uma espiritualidade que oponham resistência”, frisou.

O paraíso não está perdido, enfatizou Leão XIV, mas sim encontrado. Segundo ele, a morte e a ressurreição de Jesus, portanto, são o fundamento de uma espiritualidade de ecologia integral, fora da qual as palavras da fé permanecem sem contato com a realidade e as palavras da ciência permanecem fora do coração.

Verdadeira conversão transforma a história

Todo cuidado da criação passa por uma conversão espiritual, afirmou o Santo Padre. “A atitude de Maria Madalena naquela manhã de Páscoa expressa esse caminho: “Só através de sucessivas conversões é que passamos deste vale de lágrimas para a nova Jerusalém”, indicou.

De acordo com o Papa, essa transição, que começa no coração e é espiritual, muda a história. “Compromete-nos publicamente e ativa a solidariedade que, a partir de agora, protege as pessoas e as criaturas da ganância dos lobos, em nome e com a força do Cordeiro Pastor.”

Jovens, criação e esperança

O Pontífice reconheceu os muitos jovens, homens e mulheres que já escutaram o grito da terra e dos pobres e buscam uma nova harmonia com a criação. Recordou ainda o salmo em que “os céus proclamam a glória de Deus”, eco que ressoa por toda a terra.

Ao concluir, pediu ao Espírito Santo a graça de escutar a voz silenciosa dos que não têm voz. Só assim, sublinhou Leão XIV, é possível ver o que os olhos ainda não conseguem ver: “aquele jardim, ou Paraíso, que só podemos alcançar acolhendo e cumprindo as nossas próprias tarefas”.

*Fonte: Canção Nova

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