Em vista do lançamento da Revista Comemorativa do Centenário Diocesano, uma publicação com objetivo de contar a história desta Igreja Particular de maneira acessível para todos públicos, estaremos divulgando uma série de matérias sobre que não couberam na edição.
Igreja da Glória
Berço da Congregação Redentorista no Brasil, a Igreja da Glória é um dos cartões-postais de Juiz de Fora. Inaugurada em 1924, ela marca uma história de gratidão e fé que ainda tem muitos capítulos a serem escritos. A Igreja da Glória abriga a primeira comunidade da Congregação Redentorista no Brasil.
Os Missionários Redentoristas holandeses chegaram ao país em 1894 e começaram seu trabalho junto à comunidade alemã, estabelecendo-se em terras cedidas pela Companhia União Indústria, de propriedade de Mariano Procópio.
Sua História
Era um domingo, 2 de julho de 1893, quando os primeiros Redentoristas holandeses desembarcaram no porto do Rio de Janeiro (RJ). Os padres Matias Tulkens e Francisco Xavier Lohmeyer, fundadores da Congregação do Santíssimo Redentor no Brasil, chegaram ao país após uma viagem de 25 dias a bordo de um navio vindo da Alemanha. A pedido do bispo de Mariana, Dom Silvério Pimenta, foram recebidos pelo Pe. Tadeu, que os acolheu na Casa de Misericórdia, sob os cuidados das Irmãs Vicentinas.
Após um dia de descanso, os pioneiros viajaram do Rio de Janeiro para Juiz de Fora (MG), onde foram recebidos pelo Pe. João Sabino Las Casas e hospedaram-se na casa do vigário, Pe. Venâncio Café. No dia 6 de julho, prosseguiram viagem com destino a Ouro Preto (MG), onde foram acolhidos pelo Pe. Afonso Castaldi, lazarista. De lá, seguiram para Mariana (MG), onde foram recebidos pelo bispo diocesano, Dom Antônio Maria Correia de Sá e Benevides, e seu auxiliar, Dom Silvério Gomes Pimenta. Permaneceram algum tempo no Seminário de Mariana para aprender a nova língua.
No início de 1894, os dois redentoristas fixaram-se em Juiz de Fora. Em 26 de abril desse mesmo ano, chegaram mais missionários para compor a primeira comunidade redentorista no Brasil: os padres Geraldo Schrauwen, Teodoro Helsen e Afonso Mathysen, além dos irmãos Gregório Mulders, Filipe Winter e Doroteu van Leent.
Em fevereiro de 1895, teve início a construção da residência da comunidade, o Convento da Glória, concluída em abril de 1899. No entanto, já em 25 de outubro de 1895, os padres e irmãos mudaram-se para o convento ainda inacabado. A Igreja da Glória foi erguida entre 1920 e 1924, sendo solenemente consagrada em 24 de agosto de 1924 por Dom Helvécio Gomes de Oliveira.
Antes da construção da atual igreja, havia uma pequena capela no local, já dedicada à Nossa Senhora da Glória. O projeto para a construção de um novo templo no Morro da Gratidão — como era conhecido na época — enfrentou dificuldades administrativas e étnicas, além de desafios de ordem global, sendo adiado devido à Primeira Guerra Mundial e à pandemia de gripe espanhola.
Fundação da Igreja
Com o fim da pandemia de gripe espanhola, a nova matriz finalmente começou a ser concretizada. O projeto ficou a cargo do irmão redentorista Werenfrido Vogels, renomado desenhista e construtor, que também assumiu a direção da obra. Os vitrais vieram da Alemanha, enquanto os altares foram encomendados da Áustria.
Em 20 de junho de 1920, na festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, foi lançada a pedra fundamental da nova Igreja da Glória. Na véspera, o terreno foi preparado para a missa campal e para a cerimônia de lançamento. Um altar foi erguido, acompanhado de um biombo para um coro feminino que cantaria na celebração, acompanhado pelo harmônio da igreja. O local foi decorado com flâmulas e bandeirinhas e recebeu barraquinhas para a quermesse e os leilões destinados a arrecadar fundos para a construção.
Os festejos comemorativos contaram com a Banda de Santa Cecília, queima de fogos e uma quermesse iluminada por energia elétrica — uma inovação pioneira para esse tipo de evento na época.
Em abril de 1923, a antiga igreja foi destruída por um incêndio, e as celebrações passaram a acontecer na nova igreja, ainda inacabada. Finalmente, em agosto de 1924, o templo foi solenemente inaugurado e abençoado por Dom Helvécio Gomes de Oliveira.
Revista comemorativa
Uma das seções da revista contará com resumo dos principais fatos históricos curiosos sobre algumas das igrejas mais antigas da arquidiocese, selecionados pela responsável pelo Arquivo Histórico Arquidiocesano.
O lançamento da edição acontecerá no dia 21 de fevereiro, na Cúria Metropolitana, a partir das 19h. Todos são convidados para este importante momento.
Fonte: Site da Província Nossa Senhora Aparecida e Nathan Ramalho dos Reis
								
								
								
								
								
								
								
								
								
      por 