Tradição e Memória em Pedra: A História de São José das Três Ilhas

A Igreja vista de cima/ Foto: Cedida pela Paróquia São José

Situado na região sul do município de Belmiro Braga (MG), próximo à divisa com o Estado do Rio de Janeiro, o distrito de São José das Três Ilhas tem origem no início do século XIX, com a chegada de Antônio Bernardino de Barros, com a chegada de Antônio Bernardino de Barros, que, por intermédio do coronel Manoel do Vale Amado, adquiriu duas sesmarias.

No distrito, foi erguida uma capela dedicada a São José, com provisão datada de 28 de agosto de 1828, em um terreno doado por uma das filhas de José Maria Moura à Irmandade de São José. O povoado se desenvolveu ao redor da capela, impulsionado principalmente pelo cultivo do café.

Mais tarde chamada de Paróquia São José, a Igreja Matriz tem seu templo feito em pedra, em estilo neorromânico e é um marco referencial do distrito e representa o poder que exerciam os barões do café da região. A igreja, cuja construção teve início em 1878, foi colocada em uso em 1890 e caracteriza-se pelo elegante e imponente neoclassicismo da composição e pela sensível relação do monumento com a paisagem do entorno.

Em seu interior é cheio de arte e simbolismo, com doze colunas, representando os doze apóstolos. As colunas são feitas de pedra bem trabalhada no espaço inferior, com seis de cada lado, separando a nave principal das naves laterais — arranjo que se repete no piso superior, formando duas extensas galerias em arcos românicos. A primeira missa no local foi celebrada em 9 de maio de 1886, mesmo com o templo ainda em obras. A capela-mor foi concluída dois anos depois, em 1888.

Por seu valor histórico, artístico e arquitetônico, o Centro Histórico de São José das Três Ilhas e a Igreja Matriz São José foram tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), com tombamento aprovado em 18 de setembro de 1997, homologado pela Secretaria de Cultura em 29 de setembro do mesmo ano.

O presente

Em 2022, a comunidade viveu um momento marcante com a volta das imagens restauradas de São José, Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião ao altar-mor da Igreja Matriz, após mais de quatro anos. A restauração foi feita pela Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP) em parceria com o Iepha. A celebração contou com procissão, missa presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, e a presença de autoridades como o Subsecretário de Cultura do estado e o presidente da FAOP. O retorno das imagens fortaleceu a fé da comunidade e ressaltou a importância da preservação do patrimônio sacro.

Recentemente, um projeto de restauração do templo foi aprovado pelo Ministério da Cultura através da Lei Rouanet e está em fase de captação de recursos. Os interessados em doar através da referida Lei de incentivo à Cultura devem entrar em contato com o Departamento de Patrimônio da Arquidiocese de Juiz de Fora.

Todos os anos, a Prefeitura de Belmiro e a Paróquia São José realizam, no mês de julho, uma festa tradicional unindo devoção, cultura e diversão. Neste período, o Centro Histórico e a igreja recebem muitos visitantes. Além dessa época, peregrinos, devotos ou turistas são bem-vindos durante todo o ano. A Matriz fica na Av. Antônio Bernardino de Barros, 101, Centro, onde todos os domingos ocorrem as Missas às 11h30.

Fonte: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e Arquivo Histórico Arquidiocesano

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