No último sábado, 13 de setembro, a Pastoral Arquidiocesana do Surdo promoveu mais uma edição do Setembro Surdo, encontro anual que destaca a representatividade e a inclusão da comunidade surda. O evento aconteceu no auditório da Cúria Metropolitana e reuniu fiéis, intérpretes, agentes pastorais e convidados para um dia de reflexão e partilha.
A programação começou pela manhã e ressaltou a importância da Pastoral do Surdo, criada em Juiz de Fora pelo Monsenhor Vicente de Paulo Penido Burnier, que há mais de duas décadas vem fortalecendo o acolhimento e a evangelização das pessoas surdas. O Assessor da Pastoral, Pe. Carlos José Arlindo, lembrou que o trabalho ultrapassa os limites religiosos e se estende a diversas dimensões da vida. “A Pastoral do Surdo trabalha com a dimensão humana, afetiva, intelectual, social e educacional, além da evangelização. Já estamos há quase 23 anos buscando ampliar esse conhecimento, especialmente na comunidade surda”, destacou.
A Coordenadora Arquidiocesana, Flora Maria Teixeira, reforçou o caráter inclusivo da iniciativa e a valorização da Libras como língua oficial. “O sujeito surdo fala Libras, que é essencialmente visual. Nós o acolhemos na Igreja e oferecemos catequese, missas com intérpretes e momentos de convivência. Também promovemos atividades sociais, como festas juninas e passeios culturais com intérpretes, para ampliar a inclusão”, explicou.
Entre os convidados, o Especialista em Interpretação Cultural, Maurício Gut, apresentou exemplos de boas práticas em acessibilidade cultural em outras cidades, como a presença de intérpretes em grandes eventos, shows e celebrações populares. “Os surdos têm direito de participar plenamente da vida cultural. Em muitos lugares, festas e shows já contam com intérpretes, permitindo que eles acompanhem e cantem através da língua de sinais. É um passo importante para garantir acessibilidade e pertencimento”, afirmou.
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