Com o coração aberto ao chamado missionário, o Pároco da Paróquia Divino Espírito Santo e Assessor Arquidiocesano da Pastoral Carcerária, Padre Welington Nascimento, embarca no dia 29 de junho para a África, onde vivenciará, por um mês, uma experiência missionária na capital de Angola, Luanda. A missão será realizada em parceria com os frades franciscanos da Província da Imaculada Conceição do Brasil, com sede em São Paulo, que há 35 anos mantêm presença no país africano.
O anseio por uma vivência missionária mais profunda nasceu em sua trajetória como presbítero, desde a ordenação em 2014, e foi sendo alimentado ao longo de diversas experiências pastorais. Em 2015, Pe. Welington teve sua primeira vivência fora da Arquidiocese de Juiz de Fora: passou seis meses na região amazônica, em Óbidos, onde acompanhou o trabalho da Igreja em realidades desafiadoras.
Anos depois, esteve na Diocese de Balsas, no Maranhão, visitando o então bispo, Dom Valentim Fagundes de Meneses, hoje referência missionária em solo brasileiro. “Desde então, sempre tive contato com missionários, de tantos lugares e aqui na Arquidiocese […] então veio esse desejo de ir a este continente”, contou Pe. Welington. Além da motivação pastoral, há também uma conexão identitária que impulsiona a missão. “Sou negro, e é uma alegria poder estar em um país onde a população é majoritariamente negra”, afirmou.
Coração aberto à missão
A articulação foi feita com o apoio de Dom Frei José Belisário da Silva, OFM, Arcebispo Emérito de São Luiz do Maranhão, que apresentou o padre ao Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, Frei Paulo Pereira. Com a autorização do Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, ao longo do mês de julho, o sacerdote ficará hospedado no seminário franciscano da capital angolana, unindo-se aos frades franciscanos em celebrações, formações, visitas às famílias, catequeses e trabalhos pastorais. Além disso, leva consigo uma proposta que toca sua vocação: a introdução da Pastoral Carcerária no contexto angolano, onde essa presença ainda não é realidade. “Quando sugeri essa possibilidade, os frades acolheram com alegria. Quem sabe conseguimos plantar essa semente por lá?”, pontua.
A missão, no entanto, vai além da ação: é também escuta, convivência e partilha. “Não vou com a intenção de ensinar ou transformar, mas de rezar com eles e para eles, de estar junto, de viver com o coração aberto. Quero conhecer como o povo angolano vive a fé, como celebram, como rezam. Tenho certeza de que voltarei diferente”, ressalta.
O sacerdote juiz-forano parte também com o desejo de compreender o crescimento do catolicismo no continente africano — atualmente o que mais expande a fé católica no mundo, mesmo que ainda não seja a religião majoritária. “Quero descobrir o que motiva os africanos a assumir a fé na Igreja Católica, a fé em Deus. Conhecer essa realidade, saber como é feito o trabalho e como eles vivem a fé naquele território pode enriquecer muito a nossa experiência de vida e trazer um pouco desse encorajamento do povo africano em viver a fé aqui no Brasil e em nossa Arquidiocese também”, explicou.
Presença Franciscana em Angola
A Província da Imaculada Conceição iniciou sua presença em Angola em 1990, como fruto do mesmo espírito missionário que, cem anos antes, trouxe missionários alemães ao Brasil. Em solo angolano, a presença franciscana se consolidou mesmo diante das adversidades da guerra civil e da pobreza extrema, fortalecida pelo acolhimento do povo e pelo surgimento de vocações locais.
“Nesses 35 anos de missão, nós, frades franciscanos, nos empenhamos em participar da missão da Igreja em Angola. Nos primeiros anos de presença, o país vivia as agruras da guerra. A precariedade dos recursos, as longas distâncias e as ameaças dos conflitos armados foram sendo vencidos com confiança, coragem e profecia”, contou Frei Paulo.

Segundo ele, atualmente, a Província mantém cinco frentes missionárias no país — três em cidades do interior e duas na periferia de Luanda — com atenção especial à evangelização da juventude, à educação, à promoção da justiça e da paz, e ao cuidado com a criação. “Acolhemos o Padre Welington como um irmão que se encontrou com o Senhor e deseja partilhar a alegria desse encontro”, expressou.
A missão será encerrada no dia 28 de julho, com o retorno do presbítero ao Brasil. Até lá, Pe. Welington pede que a comunidade o acompanhe em oração. “Rezem por mim, pela missão, por aqueles que vivem e servem naquele território. Que Deus nos abençoe e nos permita viver intensamente esse tempo de graça. Tenho certeza de que voltarei com o coração cheio e a alma enriquecida pela fé do povo angolano”, concluiu.
Para conhecer mais sobre a Ordem Franciscana, acesse o site: franciscanos.org.br.
por 