Papa se pronuncia sobre mudanças na Igreja na Ucrânia

Foto: Olena Hololobova/Shutterstock

Ao final do Angelus deste domingo (25), o Papa Francisco manifestou preocupação com a decisão do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de proibir a atuação da Igreja Ortodoxa Ucraniana (IOC). A legislação, sancionada no sábado (24), proíbe organizações religiosas com vínculos com a Rússia, em especial a Igreja Ortodoxa Ucraniana (IOC), que tem, historicamente, sido associada à Igreja Ortodoxa Russa, também conhecida como Patriarcado de Moscou.

Ao referir-se “às leis recentemente aprovadas na Ucrânia”, o Papa declarou:

“Temo pela liberdade de quem reza, porque quem reza de verdade sempre reza por todos. Não se comete o mal porque se reza. Se alguém comete um mal contra o seu povo, será culpado por isso, mas não pode ter cometido o mal porque rezou. Então, que aqueles que quiserem rezar tenham permissão para rezar naquela que consideram a sua Igreja. Por favor, que nenhuma Igreja cristã seja abolida direta ou indiretamente: as igrejas não devem ser tocadas.”

A lei, aprovada em 20 de agosto em Kiev, capital da Ucrânia, por uma ampla maioria, dá às paróquias envolvidas nove meses para romper os laços com a Igreja Ortodoxa Russa. A lei gerou uma reação imediata de Moscou, que afirmou que a intenção era “destruir a verdadeira ortodoxia canônica e substituí-la por uma falsa Igreja substituta”.

A IOC alega ter rompido os laços com a Igreja Ortodoxa Russa em 2022, mas o Serviço Estatal de Política Étnica e Liberdade de Consciência da Ucrânia afirma que os laços ainda permanecem e a igreja ucraniana continua ligada a Moscou.

A maioria dos ucranianos é ortodoxa. Durante séculos, as igrejas ucranianas foram subordinadas e administradas pelo Patriarcado de Moscou. Mas, com a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, as igrejas ortodoxas da Ucrânia se dividiram.

Conforme uma pesquisa realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS) em abril de 2024, 83% dos ucranianos acreditavam que o estado deveria intervir nas atividades da IOC de alguma forma. Em particular, 63% defendiam que a Igreja Ortodoxa Ucraniana fosse completamente proibida na Ucrânia.

Fonte: Site Vatican News

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