No próximo dia 19 de outubro, comemoramos o Jubileu de Prata de Dom Gil Antônio Moreira. A Missa Solene de Ação de Graças acontecerá no sábado, na Catedral Metropolitana, às 9h. A ocasião será presidida pelo Cardeal e Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer, e contará com a presença de diversos bispos e todo o clero arquidiocesano reunido. Na festividade, celebraremos cada marco da trajetória episcopal de 25 anos do Pastor Arquidiocesano.
A passagem de bispo a arcebispo é um evento significativo na hierarquia eclesiástica, simbolizando uma ampliação das suas responsabilidades. Essa mudança ocorre quando um bispo é designado para liderar uma arquidiocese, que é uma divisão eclesiástica que abrange várias dioceses. O arcebispo, portanto, não só supervisiona sua própria diocese, mas também tem um papel de liderança e coordenação sobre outras dioceses em sua jurisdição. Assim ocorreu com Dom Gil Antônio Moreira, em 2009, quando foi designado Arcebispo da Arquidiocese de Juiz de Fora.
Em 9 de julho do mesmo ano, Dom Gil recebeu o páleo (ou palio), um manto litúrgico que representa a autoridade e a responsabilidade pastoral sobre a arquidiocese, sendo um símbolo da união deste com o Papa. O Pastor Arquidiocesano contou que este foi um momento marcante em sua trajetória pois, na época, era necessário ir até Roma para participar deste momento diante do Santo Padre. “Essa festa é um sinal da proteção de Deus na nova função, é um momento muito importante na caminhada. Mas o que me aconteceu nessa época é um cumprimento, eu acho que é uma graça de Deus”, contou. Isto pois, após o período em Roma, Dom Gil se dirigiu à Fátima, em Portugal, onde chegou no dia 13 de julho de 2009. Durante a visita do Arcebispo à Fátima, em uma procissão após a celebração, Dom Gil avistou esta imagem de Nossa Senhora no alto e dirigiu-se ao Arcebispo de Leiria-Fátima, Dom António Augusto dos Santos Marto, questionando sobre algo ocorrido nos anos anteriores.
Por ocasião da terceira aparição de Nossa Senhora de Fátima, quando os pastorinhos tiveram as três visões, dentre elas, a do anjo com espada de fogo, conhecida como “Segredo de Fátima”. Este segredo foi revelado apenas 64 anos depois, quando, em 13 de maio de 1981, o Papa São João Paulo II sofreu um atentado na praça de São Pedro. No ocorrido, ele foi alvejado por uma bala e ficou, por um tempo, entre a vida e a morte. Durante seu período no hospital, teve acesso ao segredo e compreendeu a relação entre a mensagem e os acontecimentos que o tocaram pessoalmente naquele dia. No ano seguinte, visitando o Santuário de Fátima, a fim de agradecer a Nossa Senhora pelo milagre, o Santo Padre ofereceu ao Bispo de Leiria-Fátima a bala que o atingira e que havia sido recolhida no papamóvel. O projétil, posteriormente, foi encravado na coroa da imagem de Nossa Senhora que se encontra na Capelinha das Aparições. Além disso, o papa deixou, aos pés da Virgem, o seu anel episcopal.
Durante a conversa de Dom Gil com Dom António, o Arcebispo de Leiria-Fátima confirmou que era naquela coroa em que estava o projétil. Em seguida, pediu que abaixassem a imagem, tirou a coroa e colocou a bala nas mãos de Dom Gil. Tal fato é recordado com carinho pelo pastor, que é devoto de Nossa Senhora.
Outro caso curioso relatado pelo Arcebispo de Juiz de Fora remete ao ano de 1992, em Roma, na conclusão de seus estudos. Na ocasião, Dom Gil desejava encontrar pessoalmente com o Papa São João Paulo II antes de retornar para o Brasil. No caminho, o pneu de seu carro furou e, numa tentativa de trocar o estepe, sujou-se inteiro de graxa, incluindo sua batina. “Tinha que chegar às 6h, isso tudo já era 6h30, pensei que tinha perdido a oportunidade. Já veio na cabeça que ficaria na praça São Pedro. Sabia que o Papa estaria celebrando no terceiro andar, eu ficaria em comunhão espiritual com ele durante a Missa. Mas quando cheguei lá e encostei no portão, ele abriu e o guarda veio em minha direção, orientou que eu pegasse o elevador e subisse para a Capela do Papa. Me colocaram ao lado direito do Papa, eu celebrei ao lado dele. Se não tivesse furado o pneu, eu ia estar lá embaixo”, relatou. Para Dom Gil, esta foi uma lição de que não podemos nos desesperar diante das situações. “Mesmo que algo dê errado, fique calmo, pode ser que Deus te prepare uma coisa melhor lá na frente, não podemos nos desesperar”, refletiu.
Estes são alguns dos momentos marcantes da caminhada de Dom Gil Antônio Moreira. Sua celebração do Jubileu de Prata, que acontecerá daqui a oito dias, não será apenas uma homenagem ao Arcebispo, mas também uma oportunidade de união entre os fiéis de todo o território arquidiocesano em agradecimento a Deus pelas bênçãos recebidas ao longo desses 15 anos de seu pastoreio em Juiz de Fora.
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