Na noite da última quinta-feira, 29 de maio, a Cúria Metropolitana de Juiz de Fora foi palco de um evento memorável para a Igreja local: o lançamento do livro “100 anos da Diocese de Juiz de Fora (1924-2024)”. A obra, que celebra o centenário da Diocese, reúne cerca de 700 páginas assinadas por mais de 50 autores e propõe um mergulho na história da Igreja Particular juiz-forana, desde sua criação até os dias atuais.

O evento de lançamento reuniu autoridades civis, seminaristas da Província Eclesiástica, leigos, autores, representantes de instituições culturais e membros do clero. A programação foi marcada por momentos de arte e confraternização, com apresentação do Coral Arquidiocesano Benedictus, música ao vivo durante o coffee break, sessão de autógrafos e venda de exemplares.

Idealizador da obra e anfitrião da noite, o Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, destacou a importância do registro histórico como forma de honrar o legado da Igreja ao longo deste século. “Escrever a história significa, sobretudo, valorizar aqueles que vieram antes de nós. O mundo de hoje é muito imediatista, mas não podemos esquecer que a vida não começou conosco. Temos que lembrar dos que nos antecederam, até daqueles que ficaram no anonimato”, pontuou.

O Pastor Arquidiocesano reforçou ainda que o livro é mais do que uma celebração: é um testemunho da ação de Deus na caminhada da Diocese. “Aqui está registrada toda a obra que Deus fez através das pessoas. E muitas dessas pessoas não aparecem nos registros, mas são lembradas com carinho e respeito na dedicatória deste livro”, ressaltou.

A organização da obra ficou a cargo da Professora e Historiadora Mabel Salgado Pereira, que ressaltou o duplo papel do livro: “De um lado, a preservação da memória e da tradição da Igreja; de outro, a divulgação de uma história que vem sendo construída há décadas por muitos outros autores antes de nós. Essa obra se insere como continuidade dessa historiografia”. Para ela, o desafio de coordenar 27 artigos escritos por autores tão diversos — padres, professores, leigos, seminaristas — resultou em uma narrativa plural e enriquecedora.

Além de autora, Danielle Tarcitano Quinelato foi responsável pela arte da capa do livro e pelo trabalho com as ilustrações internas. Ela compartilhou a emoção de ver o projeto finalizado. “Foi um trabalho muito intenso e é muito gratificante ver isso agora fisicamente. Eu não sou designer, mas, com inspiração divina, saiu uma capa bonita”, descreveu.

Entre os autores está o Seminarista Antônio Gabriel Costa Pires, do 1º ano de Teologia do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, que escreveu sobre a Igreja Greco-Melquita. “Foi uma honra participar. Ao pesquisar no Lampadário, ia atrás de um assunto e acabava descobrindo outros. Foi uma oportunidade de mergulhar na história da nossa Diocese e deixar minha pequena contribuição”, contou.

A leiga e historiadora Rita Couto também participou da obra com um artigo sobre a Catedral Metropolitana. Para ela, a publicação é um presente não só para a Igreja, mas para toda a cidade. “É uma alegria poder contribuir. O livro traz informações detalhadas que serão úteis para pesquisadores e para todos que desejam conhecer melhor nossa história”, destacou.

O Reitor do Seminário Santo Antônio e também autor de um dos artigos, Padre Antônio Camilo de Paiva, ressaltou a importância do livro no processo de construção de futuro. “Conhecer a história é essencial para que possamos projetar um futuro mais robusto. Essa memória nos dá base para seguir em frente com firmeza”, frisou.

A Prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, esteve presente e reconheceu a relevância da obra. “A Igreja Católica tem um papel fundamental na construção da sociedade juiz-forana. Por isso, é muito importante esse esforço de resgate da memória. Estão de parabéns todos os envolvidos”, expressou.

O livro “100 anos da Diocese de Juiz de Fora (1924-2024)” está disponível para compra na Cúria Metropolitana e representa um marco histórico, memorial e espiritual para a Arquidiocese e toda a cidade de Juiz de Fora. Mais do que contar a história de uma instituição, a obra revela a fé, os desafios e as conquistas de um povo que caminha há um século com a certeza de que Deus conduz a sua história.

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