Comissão para a Cultura e a Educação promove ciclo de reflexão sobre o ensino religioso no Brasil

A Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da CNBB, por meio do Setor Ensino Religioso, promove, desde setembro, o ciclo de reflexão sobre o ensino religioso no Brasil. Com apoio de estudiosos, a iniciativa busca fortalecer em educadores, pastoralistas e no público em geral, uma discussão aprofundada e crítica sobre o ensino religioso, principalmente no seu objetivo na formação integral.

O ciclo é uma iniciativa dentro do processo de construção e revisão do Estudo 116 da CNBB sobre o Ensino Religioso, que poderá se tornar um documento da Conferência, na coleção azul das publicações, e assim uma referência para a Igreja e a sociedade brasileira. A iniciativa tem apoio do Observatorio de la Región en la Escuela e da Fundação SM.

Humberto Herrera Contreras, membro da equipe de redação do Estudo 116, conta que, no processo de construção do texto, o grupo percebeu que muitas pessoas envolvidas no ensino religioso e também pessoas que de alguma forma participam do ensino religioso como receptores, como os próprios estudantes e suas famílias, tinham algumas compreensões restritas quanto ao tema.

Assim, o ciclo se propõe a estabelecer, de forma permanente, uma reflexão sobre o ensino religioso a partir de diferentes olhares, visando ampliar perspectivas que favoreçam encontro e diálogo.

“A intenção não é formatar ou validar uma única compreensão ou linha, digamos assim, do ensino religioso, mas a intenção é colocar as pessoas em diálogo, na socialização de perspectivas, de percepções, entre outras curiosidades que envolvem o tema, para construir juntos essa diversidade, essa posição, esse lugar do ensino religioso na escola brasileira, tanto pública quanto privada e entre elas as confessionais”, explicou Humberto.

Humberto contextualiza o desafio de refletir sobre o ensino religioso no Brasil considerando as diversidades nas instituições escolares, nos sistemas de ensino, em como o ensino religioso é tratado a partir das experiências e dos olhares eclesiais. Ele acredita, então,  que o ciclo será oportuno e irá contribuir com a sociedade e a Igreja ao “gerar e produzir diálogo dentro desses vários atores que participam”.

Encontros virtuais

O primeiro encontro virtual foi realizado no dia 17 de setembro, com o tema “O Ensino Religioso na BNCC: um olhar pedagógico crítico”, com reflexão sobre a Base Nacional Comum Curricular conduzida por Ubiratan Nunes Moreira, doutor em Educação e mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas.

O segundo encontro está marcado para 22 de outubro, às 19h. O tema de reflexão será “Liberdade Religiosa, Laicidade e Ensino Religioso: interfaces sociais e propósitos educativos”, aprofundado por Alcielle dos Santos, doutora em Educação e conselheira do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social da Presidência da República, e dom Teodoro Mendes Tavares, bispo de Ponta de Pedras (PA) e presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB.

Segundo Humberto, que será o mediador da live, esses são os dois temas mais abordados pelas pessoas quando se trata do ensino religioso, mas às vezes sem a compreensão da profundidade do que a liberdade religiosa enquanto direito humano e laicidade enquanto um princípio constitutivo “significam desde o olhar da Igreja em diálogo com a sociedade e também do espaço que representa a escola, seja pública, seja privada e, entre elas, também as confeccionais”.

Estudo 116 da CNBB

O texto de Estudo 116 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) analisa o Ensino Religioso como componente do currículo das escolas, refletindo sobre as abordagens pedagógicas dos modelos “Confessional” – basicamente direcionado a uma confissão religiosa -, e “Não Confessional” – voltado para apresentar o panorama das diversas religiões -, seus objetos de estudo, objetivos e diferentes aplicabilidades nas escolas católicas e nas escolas públicas. Essa análise leva em consideração a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Acordo Brasil-Santa Sé.

*Fonte: CNBB

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