Círio de Nazaré: na 230ª edição, a devoção retorna às ruas de Belém

O Círio de Nazaré é uma realização da Arquidiocese de Belém, Basílica Santuário de Nazaré, Diretoria da Festa de Nazaré, Governo do Estado do Pará e Prefeitura de Belém./Foto: Karol Coelho - Ascom Basílica Santuário
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Outubro é o mês mais especial para o povo paraense, mas este outubro é diferente, pois a maior procissão do mundo, o Círio de Nazaré, volta às ruas de Belém do Pará, por completo, com todos os seus símbolos, fé e devoção. São 230 anos de uma devoção e fé que poucos conseguem explicar e, muitas vezes, difícil de relatar. Só vivendo para saber. Mesmo com a grande procissão ocorrendo somente no segundo domingo de outubro, o povo paraense vivencia o Círio o ano todo, através de inúmeros eventos organizados pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) e Arquidiocese de Belém, chefiada pelo Arcebispo Dom Alberto Taveira Corrêa.

A grande procissão sai neste domingo, dia 09, da Catedral de Belém com destino à Basílica Santuário, erguida no mesmo local em que a Imagem foi achada em 1700, pelo caboclo Plácido. Percorre o Centro Histórico de Belém e alguns dos principais monumentos representativos da história da cidade, como o Ver-o-Peso, Estação das Docas, Praça da República, entre outros. São em torno de seis horas, num percurso de 3,600 Km, em que mais de dois milhões de pessoas devem caminhar em oração, devoção e agradecimento.

“Os Dieese e demais órgãos estão fazendo estimativas de público, mas não temos como quantificar como será esta retomada. Afinal são dois anos que o povo paraense jamais, em nenhum cenário, imaginou não ter o Círio de Nazaré nas ruas. Não tem como quantificar a fé e amor do povo a Nossa Senhora. O que teremos nas ruas neste Círio serão momentos de uma emoção e devoção sem igual”, conta emocionado o coordenador do Círio 2022, Antônio Salame.

Símbolos

Ao longo da história, incontáveis são os relatos de graças alcançadas por intercessão de Nossa Senhora de Nazaré. Desde a primeira procissão, em 1793, até hoje, alguns elementos foram incorporados à grande Romaria como: a Berlinda, carro especial para a condução da Imagem Peregrina, puxado pelos devotos; a Corda de 400 metros, divididas em 5 estações e dois núcleos; e os 14 Carros de Promessas. Com o passar do tempo, também, outras romarias e eventos foram integrados ao calendário oficial que conta, hoje, com 13 romarias. Em 2014, a organização do Círio recebeu, oficialmente, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o certificado de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Este ano, pela primeira vez nas ruas, estará o Carro da Saúde. O novo símbolo foi criado em 2021, para homenagear o padre Santo Antônio Maria Zaccaria, que além de religioso, era também médico e dedicou-se a salvar vidas e, principalmente, um agradecimento aos profissionais de saúde que se dedicaram com tanto empenho no combate à pandemia. “Esse foi o nosso modo de dizer muito obrigado”, diz Antônio Salame.

Com a inclusão, a festa passa a ter agora 14 carros. Integram o conjunto de carros do Círio de Nazaré, além da Berlinda: Carro de Plácido, Barca da Guarda Mirim, Barca Nova, Cesto de Promessas, Barca com Velas, Barca Portuguesa, Barca com Remos, Carro Dom Fuas e Carro da Sagrada Família, os quatro Carros dos Anjos, que são conduzidos pela Catequese da Basílica Santuário de Nazaré, e o Carro da Saúde.

O motivo da fé

Atualmente a Imagem Original permanece o ano todo no Glória, na Basílica Santuário, estando próxima dos devotos em maio e outubro, e uma outra Imagem, chamada Peregrina, participa de todas as festividades do Círio. Desde quando a Imagem Original foi entronizada no Glória, outra imagem, pertencente ao Colégio Gentil Bittencourt, passou a substituí-la nas romarias até 1969, quando foi confeccionada a Imagem Peregrina, que até hoje segue nas 13 romarias e visitas oficiais. A imagem possui status de Chefe de Estado, conferido por uma lei estadual paraense.

Este é o Círio de Nazaré, uma manifestação religiosa que representa todo um povo, independente de escolhas ou fé. Representa o povo, a economia, o turismo. A cidade se transforma, as pessoas se transformam. Em todos os cantos só se ouve uma voz: é Círio outra vez. Como explicar mais de dois milhões de pessoas reunidas em procissão, orando, confraternizando e renovando a esperança em dias melhores!? Não há explicação. Há a vivência.

Fonte: Site Círio de Nazaré

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