Entre os dias 26 e 28 de setembro, aconteceu o Jubileu Mundial da Catequese, em Roma. O encontro, promovido pelo Dicastério para a Evangelização, reuniu milhares de catequistas de todo o mundo para momentos de oração, formação comunhão em torno do sucessor de Pedro. Duas catequistas da Paróquia Santíssima Trindade, em Descoberto (MG) – Ângela Maria Bottaro Ferraz Silva e Aline de Cássia Benedito Januário – marcaram presença representando a Arquidiocese de Juiz de Fora.
Um convite inesperado e providencial
A jornada começou com um convite recebido no dia 1º de janeiro de 2025, feito por Regina Célia de Souza, mãe da Irmã Tatiana de Souza Moreira, Vigária Geral da Casa das Pequenas Irmãs da Divina Providência. “Ficamos muito felizes com o convite e aceitamos de imediato. Era uma oportunidade única de viver a fé no coração da Igreja”, recorda Ângela.
Hospedadas na casa das Pequenas Irmãs, as catequistas vivenciaram uma rotina marcada por simplicidade, silêncio e oração. Para Ângela, estes elementos ajudam a preparar o coração para o Jubileu. “Todos os dias participávamos da Missa às 7h, seguidas de momentos de oração e partilha. Foi uma experiência de profunda espiritualidade, um verdadeiro retiro antes da missão”, conta.
Dias de graças no Jubileu
As atividades oficiais tiveram início no dia 26 de setembro, sexta-feira, com a vigília e a peregrinação à Porta Santa, na Basílica de São Pedro. No sábado (27), as catequistas de nossa Arquidiocese participaram de um encontro especial para catequistas lusófonos – de países que falam português -, realizado na Basílica de São José Al Triunfale. O momento foi conduzido pelo Arcebispo de Santa Maria (RS), Dom Leomar Antônio Brustolin, que refletiu sobre os fundamentos, métodos e linguagens da catequese. “Foi um encontro muito proveitoso, com partilhas emocionantes de catequistas de diferentes países. Pudemos perceber que, em todo o mundo, enfrentamos desafios semelhantes, mas movidos por uma mesma fé e esperança”, destaca Ângela.
O encerramento, no domingo (28), foi marcado por uma Celebração Eucarística presidida pelo Papa Leão XIV, na Praça São Pedro. Durante a Missa, foram instituídos 39 novos catequistas, de 16 nações, entre eles dois brasileiros – um do Paraná e outro do Pará.
“Estar ali, vendo o Papa e sentindo a presença viva da Igreja universal, foi emocionante. O que mais me tocou foi a fé daquele imenso número de pessoas, enfrentando calor, chuva e longas filas, tudo em silêncio e oração”, relata.
Uma peregrinação que fortaleceu a fé
A viagem também proporcionou momentos de contemplação e descoberta espiritual. Durante os quinze dias na Itália, Ângela e Aline visitaram lugares marcantes da fé cristã, como Veneza, Assis e o próprio Vaticano. Em Veneza, conheceram a Igreja de San Geremias, onde se encontra o corpo de Santa Luzia. Em Assis, respiraram a espiritualidade franciscana que inspira paz e simplicidade. “Caminhar pelas ruelas de Assis foi um momento de oração contínua. A presença de São Francisco é sentida em cada detalhe. É um lugar que fala de humildade, fraternidade e amor a Deus”, descreve Ângela.
Outro pronto emocionante foi a visita à Igreja de Santa Maria Maior, onde puderam contemplar o corpo do jovem Carlo Acutis, canonizado recentemente, no dia 7 de setembro, pelo Papa Leão XIV. Segundo a catequista, “ver um santo de nossos tempos, um jovem apaixonado pela Eucaristia, nos inspira a continuar levando Jesus aos corações das pessoas com alegria e coragem”.
Durante a estadia em Roma, participaram de seis momentos no Vaticano, incluindo duas conferências com o Papa e as atividades do Jubileu. Em uma das audiências, tiveram a graça de estar no Balcão das Bênçãos, em um lugar privilegiado, muito próximo ao Santo Padre.
Viver a catequese inteiramente
De volta ao Brasil, Ângela expressa a gratidão e os ensinamentos colhidos durante a experiência. “Aprendi que ser catequista é muito mais do que preparar encontros. É viver o ministério 24 horas por dia, com amor, paciência e humildade. É ajudar na formação espiritual das crianças, jovens e adultos, inspirando-nos sempre em Jesus Cristo, o maior alicerce da nossa missão”, relata.
A catequista também destaca a importância de cultivar uma fé viva e criativa, que dialogue com o mundo de hoje sem perder a essência do Evangelho. “A catequese é um chamado de amor e serviço. Essa viagem renovou minha vocação e me fez compreender ainda mais o valor de ser instrumento de Deus na vida das pessoas”, conclui.
Clique aqui para conferir, na íntegra, a homilia do Papa Leão XIV no Jubileu das Catequistas.
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