Arquidiocese de Juiz de Fora se despede de Monsenhor Hernani

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Na tarde da última quarta-feira (23), a Arquidiocese de Juiz de Fora se despediu de seu padre mais antigo: Monsenhor Hernani de Oliveira. A Igreja São José do Bairro Costa Carvalho, em Juiz de Fora, sediou o velório e a celebração das Exéquias do sacerdote, que tinha 97 anos, 40 deles vividos ali, naquela mesma igreja. Ele falecera na madrugada daquele mesmo dia, na Santa Casa de Misericórdia, vítima de uma pneumonia.

Por conta da necessidade do distanciamento social, ambos os momentos contaram com a presença de poucas pessoas, entre familiares, amigos e antigos paroquianos. Respeitando as marcações feitas nos bancos do templo, os fiéis acompanharam a oração iniciada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, e conduzida por Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, que era primo do monsenhor.

Durante sua pregação, o bispo, natural de Bias Fortes (MG) como o falecido, se lembrou dos primeiros anos do então Padre Hernani, por quem foi acompanhado nos primeiros anos do caminho vocacional. “Eu tinha dez anos quando vim para o Seminário. Convivi com ele durante seis anos como aluno, sendo dirigido espiritualmente por ele por alguns anos. Foi meu professor de latim”. Dom Eduardo também citou características que lhe eram peculiares. “Era uma pessoa muito simples, humilde, dedicada, silenciosa. Devoto de Santa Teresinha, gostava de jogar futebol, reclamava muito no campo e era torcedor do Botafogo. Mas de uma piedade, de uma espiritualidade muito intensa, se tornou para todos nós um exemplo de dedicação à própria vocação. Guardo dele esta lembrança e espero um dia revê-lo, agora lá onde não rolam mais lágrimas, se Deus quiser”, finalizou.

Desde que chegou à Igreja Particular de Juiz de Fora, em março de 2009, Dom Gil passou a conviver diariamente com Monsenhor Hernani. Naquela época, ele já vivia no Lar Sacerdotal, que é contíguo à Residência Episcopal. “Sempre notei nele duas coisas: primeiro, que era um homem de oração. Levantava muito cedo; quando a gente ia para a capela, ele já tinha rezado o Breviário, as Laudes, o Ofício das Leituras, feito sua adoração ao Santíssimo. Rezava três, quatro terços por dia. A segunda coisa era o seu amor ao Seminário, às vocações, à formação dos futuros padres”.

O Arcebispo se recordou que o sacerdote era também um homem muito animado, sempre disposto a acompanhar as grandes festas e celebrações arquidiocesanas, mesmo com idade já avançada. “Já tem um ou dois anos que ele começou a sentir o peso da idade, foi enfraquecendo, mas sempre dando testemunho de muita paciência, nunca se revoltando contra Deus. Então é um momento que a gente tem que agradecer a Nosso Senhor a vida do Monsenhor Hernani, do seu esforço, sua dedicação a esta Arquidiocese, do trabalho desse grande pastor, servidor do Senhor”.

Para o Padre Pierre Maurício de Almeida Cantarino, atual Administrador da Paróquia São José, aquela comunidade deve dar graças a Deus por tudo o que o monsenhor fez ali. “Ele deixou aqui uma bonita história, um grande legado, e a nossa paróquia tem por ele, acima de tudo, gratidão por ter sido este esteio tão bonito de fé, acolhendo e unindo essa comunidade. Certamente esta comunidade hoje está triste com esta perda, mas tem a certeza da intercessão dele junto a São José pelo caminho que ainda temos que fazer aqui”, afirmou.

Após a celebração das Exéquias, que também foi transmitida pela internet, o corpo de Monsenhor Hernani foi levado para o Cemitério Parque da Saudade, onde foi sepultado.

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