Na manhã desta segunda-feira, 8 de dezembro, solenidade da Imaculada Conceição de Maria, o Seminário Arquidiocesano Santo Antônio concluiu oficialmente as atividades do ano letivo com uma celebração marcada pela oração, pela gratidão e pela esperança. A Missa de encerramento foi presidida pelo Reitor, Pe. Antônio Camilo de Paiva, e concelebrada pelos padres formadores, reunindo diáconos transitórios e seminaristas das diversas etapas formativas.
A solenidade, que recorda o “sim” de Maria e a obra da graça de Deus na história da salvação, ofereceu ao Seminário uma moldura litúrgica especial para refletir sobre o caminho percorrido e projetar com alegria o novo ciclo que se aproxima — especialmente diante do Ano Jubilar pelos 100 anos do Seminário Santo Antônio, que será celebrado em 2026.
Um ano de peregrinação, graça e maturidade formativa
O Reitor apresentou um balanço detalhado das atividades do ano. Para ele, 2025 foi marcado por uma profunda vivência espiritual e comunitária, que reforçou a identidade e o propósito da casa de formação. “Estamos terminando um ano intenso: ano de jubileu, ano de peregrinação. Visitamos o Santuário do Caraça, Aparecida, Liberdade – o Santuário Senhor Bom Jesus do Livramento… Foi realmente um ano da graça”, descreveu.
Além das peregrinações, Pe. Camilo destacou o crescimento humano, intelectual e espiritual dos seminaristas. O desempenho acadêmico foi positivo tanto nos cursos de Filosofia quanto no de Teologia, com avanços significativos na direção espiritual e na convivência comunitária. “Nós podemos dizer que fechamos o ano com um balanço muito positivo. O crescimento de cada candidato é visível. É um consolo e uma alegria ver esses frutos aparecerem”, afirmou.
O ano também foi marcado por importantes conquistas vocacionais. Quatro seminaristas serão ordenados presbíteros no início do próximo ano, como parte das celebrações jubilares. Além disso, quatro jovens ingressarão na etapa da Teologia, seis novos farão parte do Propedêutico, e novas adesões são esperadas a partir da pastoral vocacional.
O sacerdote destacou ainda o empenho das equipes responsáveis pela animação vocacional ao longo de 2025, que vem gerando frutos concretos e animadores.
Preparação para o centenário
Com o ano jubilar se aproximando, o Seminário já está mobilizado na organização de uma ampla programação comemorativa. Comissões já atuam para preparar:
- a novena preparatória para a celebração do centenário;
- a Semana Teológica, prevista para setembro de 2026;
- as aulas inaugurais dos dois semestres, que também refletirão sobre o tema jubilar;
- e as ordenações presbiterais que acontecerão no dia 28 de fevereiro.
O tema central das reflexões será a missão do Seminário na Igreja pós-conciliar e a fidelidade ao Magistério, especialmente ao pensamento do Papa Francisco sobre a formação sacerdotal.
“Queremos destacar a recepção do Concílio Vaticano II na formação dos nossos seminaristas, as novidades que vêm de Roma e essa fidelidade ao sucessor de Pedro, que é a marca da Igreja em todo o mundo”, afirmou Pe. Camilo.
Durante a homilia, o reitor dirigiu-se de modo especial aos seminaristas que encerram mais um ano de caminhada vocacional. Suas palavras destacaram três eixos fundamentais: esperança, responsabilidade e cuidado consigo e com os outros.
Logo no início, recordou que o futuro da Igreja repousa na vocação e na missão confiada aos futuros presbíteros: “O nosso seminário coloca vocês em sociedade preparados para anunciar o Evangelho, construir a cultura da paz e da vida. O que vocês farão na vida do povo e da Igreja é o que nos enche de alegria”.
Maria, mulher do silêncio: um modelo para quem forma a palavra
Retomando a liturgia da Imaculada, Pe. Camilo apresentou Maria como modelo de silêncio, discernimento e fidelidade. Fez um forte apelo para que os seminaristas cultivem o “silêncio que prepara a palavra”.
“O silêncio não é ausência de pensamento ou de testemunho. É o espaço onde a palavra nasce curada. A palavra pode construir, mas também pode destruir reputações, ferir a comunhão e gerar tensões na Igreja”, refletiu.
O presbítero também destacou como a formação transforma não apenas o seminarista, mas sua família e comunidade. A maturidade adquirida ao longo do processo se reflete na vida cotidiana, ajudando a construir relações mais saudáveis e cristãs.
“Quando eu me tornar um sacerdote, o que a Igreja ganharia com isso? Essa é uma pergunta que vocês devem fazer. A formação de vocês ajudará outros a serem melhores: seus pais, seus irmãos, seus amigos e, um dia, suas comunidades”, complementou.
Ao final da celebração, Pe. Camilo expressou gratidão a todos que contribuíram para a missão do Seminário ao longo de 2025. “Estamos muito felizes e orgulhosos da caminhada de vocês. Que o próximo ano, marcado pelo centenário, seja ainda mais fecundo, cheio da graça de Deus e da proteção de Nossa Senhora”, concluiu.