Catedral de Juiz de Fora inaugura nova Cátedra na Solenidade de Cristo Rei

Bênção da nova Cátedra / Imagem: Assessoria de Comunicação da Catedral

No último domingo, 23 de novembro, encerrando o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei do Universo, a Catedral Metropolitana de Juiz de Fora viveu um momento significativo. Durante a celebração das 10h, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, foi benzida e inaugurada a nova e definitiva Cátedra Episcopal, marco simbólico das igrejas catedrais e sinal da presença de Cristo Mestre na comunidade.

Construída em mármore branco, em harmonia com o altar e o ambão, a peça segue as orientações litúrgicas do Concílio Vaticano II, que recomenda que a Cátedra seja fixa e integrada ao conjunto artístico do presbitério. O projeto foi um presente do arquiteto Júlio Quaresma, referência nacional em arte sacra, que buscou inspiração no estilo neorromântico da Catedral e também na antiga Cátedra de madeira usada nos tempos de Dom Justino José de Santana, primeiro bispo da Diocese.

Segundo Dom Gil, a inauguração da nova peça representa a conclusão de um ciclo importante de adaptações na Catedral, iniciadas em 2015, com o objetivo de adequar o templo às determinações renovadas da liturgia pós-conciliar. “A Cátedra completa a criteriosa reforma realizada ao longo dos últimos anos e simboliza a presença de Cristo Mestre e Senhor, perpetuado na missão dos bispos, sucessores dos apóstolos”, afirmou o Arcebispo.

Sentido litúrgico da Cátedra
Novo conjunto litúrgico 

Ao introduzir a celebração, o Pastor Arquidiocesano explicou ao povo o significado do novo elemento litúrgico. A palavra “catedral” deriva justamente da Cátedra – a cadeira do Mestre, lugar de onde o bispo ensina, preside e confirma na fé. Antes do Concílio Vaticano II, nas catedrais havia um trono móvel; hoje, a orientação é que exista uma Cátedra fixa, que represente de forma mais clara a unidade entre o bispo e o seu rebanho, e entre Cristo e a Igreja.

O Arcebispo destacou ainda que a nova peça segue o mesmo material dos demais elementos do presbitério e respeita a linguagem artística do templo. O encosto reproduz o arco românico, característico da arquitetura interna da Catedral, assim como já acontecia em versões anteriores e nas representações iconográficas presentes na cúpula.

Cristo Rei: o trono da Cruz

Durante a homilia, Dom Gil recordou que a festa de Cristo Rei encerra o caminho espiritual percorrido ao longo do ano litúrgico, marcado pela leitura contínua do Evangelho de Lucas. Ao refletir sobre o reinado de Cristo, o Arcebispo destacou que Jesus não é apresentado pela Igreja como um rei de glórias humanas, mas como “Aquele que reina a partir da cruz, coroado de espinhos, revelando um poder que nasce do amor e do perdão”.

Recordando as leituras do dia, ele comparou o reinado de Cristo ao reinado terreno de Davi, marcado pela paz e pela unidade do povo. Porém, ressaltou que o Reino de Deus ultrapassa qualquer modelo humano, pois é sustentado não pela força, mas pela misericórdia. Entre os exemplos evangélicos, Dom Gil relembrou o episódio do Bom Ladrão, São Dimas, que reconhece a realeza de Cristo no alto da cruz e recebe, ainda naquele dia, a promessa do Paraíso.

“O método de Cristo é a paz, o diálogo, a fraternidade e a humildade […] Somos introduzidos nesse reino por graça, desde o batismo. E a Igreja, na história e no mundo, é sinal desse Reino para todos”, afirmou.

Um presente para Cristo Mestre

A inauguração da nova Cátedra, realizada justamente na Solenidade de Cristo Rei, também foi interpretada pelo Pastor Arquidiocesano como gesto simbólico de oferecer a Cristo o lugar que Lhe cabe. “A Catedral é onde o bispo senta, mas a Cátedra é do Mestre. O bispo representa Cristo Mestre”, destacou.

A peça permanecerá fixa no presbitério e, nos próximos meses, será acompanhada por novos assentos que complementarão o conjunto litúrgico.

*Imagens da Assessoria de Comunicação da Catedral Metropolitana

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