Entre os dias 13 e 17 de outubro, as comunidades de Santana do Garambéu (MG) e Conceição do Ibitipoca (MG) estão recebendo a visita dos seminaristas do Seminário Arquidiocesano Santo Antônio, que participam de uma intensa semana missionária. Divididos entre as duas cidades, os jovens, acompanhados por diáconos e padres formadores, estão levando a esperança, a oração e a presença da Igreja a centenas de famílias.
A ação missionária deste ano está em consonância com o tema da Campanha Missionária 2025, que convida os cristãos a serem “Missionários da esperança entre os povos”. Vivida em plena celebração do Jubileu da Esperança e também no centenário do Seminário Santo Antônio, a missão ganhou um sentido ainda mais profundo: ser sinal do amor de Deus em meio à vida cotidiana, fortalecendo a fé e o compromisso com a evangelização.
Uma Igreja em saída: a experiência em Santana do Garambéu
Na Paróquia Sant’Ana, em Santana do Garambéu, os seminaristas foram calorosamente acolhidos pelo povo e pelo Administrador Paroquial, Padre José Crispim Filho. As atividades missionárias envolveram visitas domiciliares, orações, celebrações e momentos de convivência com os moradores. Foram formados sete setores urbanos e comunidades rurais, com cerca de 80 casas visitadas em cada um, totalizando mais de 500 famílias alcançadas pela presença missionária.

“Vivendo o Ano da Esperança, as missões têm ido de encontro com o povo, com as suas ansiedades e desejos […] Desde o Papa Francisco, ouvimos o chamado a uma Igreja em saída. E aqui, nós mobilizamos a comunidade para viver essa experiência. As casas receberam os seminaristas com alegria, e o acolhimento tem sido marcado pela fé, pela oração e pela escuta da Palavra de Deus”, conta Pe. Crispim.
O sacerdote destaca que as missões são momentos de partilha mútua, em que tanto os seminaristas quanto as famílias saem transformados. “Eu mesmo vivi missões quando estava no seminário, e foi uma das experiências mais marcantes da minha formação. A gente aprende com o povo, com sua simplicidade, com sua fé viva. Hoje, vejo os seminaristas vivendo o mesmo — eles deixam marcas nas comunidades, mas também levam marcas no coração”, partilha.
Pe. Crispim também relata a emoção de ver crianças e idosos participando ativamente das visitas missionárias, acompanhando os seminaristas de casa em casa. “Até minha mãe, com 74 anos, participou todos os dias, guiando um dos grupos nas visitas. Essa presença inter-geracional mostra que a missão é de todos. O povo sente alegria em colaborar, em se colocar a serviço do Evangelho”, complementa.
Durante a semana, além das visitas, os seminaristas conduziram celebrações da Palavra, participaram de Missas, visitaram instituições públicas, como a prefeitura e o posto de saúde, e realizaram encontros de oração e reflexão. Segundo o sacerdote, o fruto mais evidente da missão é a comunhão: “Os seminaristas mostram maturidade, alegria e sensibilidade. Eles trazem esperança e também são acolhedores. Isso nos faz crer que estamos formando bons pastores, capazes de dialogar, partilhar e caminhar com o povo de Deus. Que essa missão seja um tempo de graça e crescimento para todos”.
Em Ibitipoca, uma experiência de comunhão e fé

Enquanto parte do grupo missionava em Santana, outro grupo de seminaristas atuou na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Ibitipoca, sob a acolhida do Vigário Paroquial, Padre Miron de Oliveira Messias. Lá, os seminaristas também participaram de formações, celebrações, momentos de espiritualidade e encontros com grupos da comunidade.
“É com muita alegria que recebemos os seminaristas do nosso Seminário Santo Antônio. A presença deles traz novo vigor espiritual à paróquia. As visitas, as formações e o testemunho de fé enriquecem a vida comunitária e fortalecem nossos laços com o seminário e com a Arquidiocese. É um tempo de graça e crescimento mútuo”, contou Pe. Miron.
Aprender com o povo: o olhar dos seminaristas
Entre os missionários está Matheus Rodrigues, Seminarista do 4º ano de Filosofia e um dos organizadores da missão. Ele ressalta que esses dias têm sido de grande aprendizado e de experiência espiritual intensa.
“A missão é sempre um período fecundo em nossas vidas, especialmente neste Jubileu da Esperança. Somos chamados a ser sinais visíveis de esperança para que o amor de Deus alcance muitas pessoas. A acolhida do povo e os testemunhos de fé têm nos ensinado muito. O que vivemos nas comunidades contribui para o nosso crescimento humano, espiritual e pastoral”, destaca.
Cada encontro, segundo Matheus, se tornou uma oportunidade de encontro com Deus. Para o jovem, um dos momentos marcantes foi a visita a um senhor que precisou realizar uma cirurgia muito delicada. “Quando recebeu a notícia, disse que entregou tudo nas mãos de Deus — e o médico, depois, reconheceu sua fé. Esse testemunho nos faz entender que, mesmo em meio às dificuldades e incertezas, a nossa esperança não decepciona”, partilha.
Para o seminarista, a missão não é apenas um dever pastoral, mas um chamado à conversão e ao testemunho. Ela também inspira os jovens a viverem sua fé com entusiasmo e confiança.
“A juventude é chamada a ser missionária da esperança, a deixar Deus agir em suas vidas. Num mundo marcado por tantas desesperanças, somos convidados a colocar nossos dons e talentos a serviço do Evangelho, seguindo os ensinamentos de Cristo. O missionário é aquele que acredita na força da esperança e a comunica com alegria”, reforça.
Sementes de comunhão e esperança

A missão nas duas paróquias tem deixado frutos visíveis: comunidades mais unidas, famílias renovadas na fé e seminaristas fortalecidos em sua vocação. Como afirmou o Padre Crispim, “a missão é uma via de mão dupla: quem evangeliza também é evangelizado”.
Encerrando esta semana missionária, somos convidados a rezar pelos seminaristas, para que perseverem firmes em sua vocação e continuem sendo missionários da esperança onde quer que estejam. Rezemos também pelas comunidades que os acolheram com tanto carinho, para que os frutos dessa missão se multipliquem e floresçam na vida de cada família visitada.
“Que a vida seja partilha, comunhão e alegria. Que o foco seja sempre Jesus. É Ele quem nos envia e quem dá sentido à missão”, resume Padre Crispim.
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