A celebração de 60 anos de sacerdócio de Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues é uma oportunidade de revisitar uma trajetória marcada pela dedicação ao ministério sacerdotal e pela formação de novas gerações de religiosos. Em entrevista, ele compartilhou as alegrias e desafios de sua caminhada, especialmente enquanto formador no seminário, papel que desempenhou por grande parte de sua vida.

Dom Eduardo recorda com carinho o início dessa missão. “Eu vim como formador quando começou a teologia no
Seminário Maior, acompanhando os estudantes de filosofia. Organizei o curso e estive diretamente envolvido com a formação. Foi nesse período que alunos como Dom Walmor Oliveira de Azevedo, hoje Arcebispo de Belo Horizonte, passaram pelo seminário sob minha orientação”, relembrou.

Ele destaca o aprendizado mútuo nesse processo. Para ele, ser formador é uma oportunidade de aprender, primeiramente, a confiar na condução divina. “Deus guia as pessoas e nos dá a missão de estar presentes, ouvindo e ajudando a discernir o caminho. Às vezes, é necessário dizer que o sacerdócio não é o caminho de alguém, o que não é fácil, mas é essencial para o bem da pessoa e da Igreja”, pontuou.

Alegria nas pequenas e grandes coisas

A caminhada vocacional de Dom Eduardo também foi repleta de momentos de alegria, que ele define como “um estado de espírito fundamentado na fé, esperança e caridade”. Ele relembra histórias marcantes, como a de uma adolescente grávida que, com a ajuda de sua intervenção, desistiu do aborto e encontrou apoio para seguir adiante. “Essa é uma das alegrias do ministério, saber que conseguimos ajudar as pessoas a caminharem”, destacou.

Ainda assim, ele reconhece que o sacerdócio é entremeado por desafios. “Os conflitos no clero, as dificuldades pastorais, são momentos que exigem coragem e discernimento. Mas eles também são oportunidades de crescimento e serviço”, completou.

A graça de 60 anos

Chegar ao jubileu de diamante é para Dom Eduardo uma experiência de gratidão. “Deus me deu a graça de viver até aqui e continuar servindo. A cada dia, procuro me preparar mais para a missão que ainda tenho e para o encontro definitivo com Ele”, ressaltou.

Ele reforça, ainda, que a verdadeira alegria cristã não está dissociada da dor. Para ele, “a alegria pode florescer em meio ao sofrimento, como uma semente que germina na dificuldade. Essa alegria é alimentada pela fé e pela esperança, mesmo nos momentos mais difíceis”.

Dom Eduardo Benes conclui sua reflexão com um convite: “Se vivi tanto, é porque Deus ainda tem algo a me ensinar e a fazer por meio de mim. E isso é motivo de louvor e gratidão”. Toda a comunidade arquidiocesana é convidada a se unir em ação de graças pela vida e ministério de Dom Eduardo Benes. Em Juiz de Fora, a Celebração Eucarística será no dia 14, na Catedral Metropolitana, localizada na Rua Santo Antônio, 1201 – Centro. No domingo (15), a Missa festiva acontecerá em Bias Fortes (MG), na Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, que fica na Praça dos Sagrados Corações, 33 – Centro.