Nesta sexta-feira, dia 31 de janeiro, termina do 34º Curso para os Bispos do Brasil, realizado no Centro de Estudos do Sumaré, no Rio de Janeiro. O encontro formativo, realizado no Rio de Janeiro desde 1990, busca reunir a cada ano o episcopado nacional para o estudo, reflexão e convivência a partir da abordagem de um tema que ajude os membros do episcopado na compreensão do presente para melhor guiar o povo de Deus no Brasil.

No último dia da edição de 2025 do Curso para os Bispos, iniciaram o dia com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Orani Tempesta, Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro. Concelebrada por Dom Alessandro Ruffinoni, Bispo Emérito de Caxias do Sul, e Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, Bispo de Sobral.

Na sequência tiveram a 9ª conferência do curso, essa tratando do Jubileu da Esperança com Dom Rino Fisichella, Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização, através de videoconferência. Logo depois, uma explanação sobre “Sínteses e perspectivas”, ministrada por Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, Arcebispo Auxiliar na Arquidiocese de São Sebastião (RJ).

Ao longo da semana, estiveram contribuindo com as reflexões e diálogos, o Prefeito do Dicastério para Doutrina da Fé, membros da Presidência da CNBB, o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquattro, dentre outros.

O Arcebispo de Juiz de Fora esteve presente no encontro e comentou sobre as palestras e temas abordados. “Também esteve conosco o perito do IBGE para mostrar a mobilidade humana e a questão religiosa nas estatísticas do Brasil. Tivemos uma palestra muito boa do Padre Mário de França Miranda, jesuíta, teólogo, sobre justamente os desafios da época atual, do anúncio do Kerigma. Kerigma é o primeiro anúncio de Jesus Cristo. Jesus morreu, ressuscitou, está vivo, não morre mais. A partir daí tudo desenvolve todo o cristianismo, toda a doutrina cristã. Então tem sido bastante interessante este curso aqui com mais de 100 participantes”, disse Dom Gil Antônio Moreira.

Tema de 2025

“O Kerigma e os desafios pastorais como fonte de esperança” é o tema escolhido para a 34ª Edição do Curso para Bispos. “O kerygma responde às perguntas últimas e mais profundas do coração humano”, afirmou na tarde de terça-feira (28) o Cardeal Victor Manuel Fernández aos bispos brasileiros. Em sua segunda conferência no curso, o prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé tratou do tema O impacto do kerygma na práxis pastoral.

“Por outro lado”, destacou também o cardeal, “este mundo que vai à toda velocidade escondeu as grandes perguntas por detrás das urgências cotidianas, em tantos enganos e em um ritmo de vida febril.” Diante dessa realidade, D. Victor Manuel propôs aos bispos algumas questões para se enfrentar a realidade brasileira: hoje no Brasil quais são essas grandes necessidades cotidianas, a que as pessoas sentem que precisam responder? Onde elas vão buscar segurança, intensidade e plenitude?

Para se responder a essas perguntas – indicou o Cardeal Argentino – deve-se voltar a uma conversão pastoral, conforme propõe o Papa Francisco na encíclica Evangelii Gaudium. E esse processo deve envolver toda a comunidade cristã: “Cada cristão é chamado a colaborar no anúncio missionário fazendo um trabalho corpo a corpo.”

“Há uma especial atração na mensagem cristã quando se sabe unir espiritualidade e sentido social”, concluiu D. Victor. “Quando essas duas coisas se separam, a mensagem se desnatura, perde sua música, seu encanto específico. Uma doutrina, teológica ou moral, sem mística e sem sentido social, converte-se em uma doutrina ‘filosófica’, não no acontecimento cristão.”

*Com informações de Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro